quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

CIGANA YASMIM

Um grupo de ciganos chegou ao Chipre, a pérola do Mediterrâneo.

Conta uma lenda antiga que Vênus, a deusa da beleza e do amor, nasceu das águas espumejastes de Chipre.

Não é difícil compreender por que os antigos acreditavam nesética fabula; a ilha, fulgurante de luz e de cores, circundada por um mar límpido e azul, é realmente um lugar encantador.

E esse lugar tão lindo foi testemunha de um acontecimento com a cigana Yasmim.

O grupo Natasha estava acampado em Limassol, quando as moças do grupo foram para a “água grande”(a praia) para se banhar e se divertir.

Em dado momento, a cigana Nazira veio correndo e gritando desesperadamente:

- A água grande levou a cigana Yasmim!

Correram todos do grupo para a água grande, para socorrer a cigana, mas nada viram: o mar havia tragado seu corpo.

Então, o Kaku revelou a todos que a cigana havia morrido.
O grupo todo se ajoelhou e começou a rezar.

Permaneceram ali para esperar que a água grande devolvesse o corpo da cigana.

Passaram-se vinte e um dias e nada aconteceu.

Quando se completaram vinte e três dias, á noite, a Lua cheia surgiu e clareou toda a ilha.

O cigano Vlaz, que era o pai de Yasmim, foi para a areia e começou a rezar de olhos fechados.

Em dado momento, abriu os olhos e avistou um peixe grande que, pulando, veio em sua direção.

Ele ficou paralisado com o que via.

A cigana Yasmim sai das águas e se dirigia a ele, dizendo:

_ Pai, não fique triste. Eu não sou mais da terra, e sim as água grande.

Não fique esperando meu corpo, porque ele foi engolido pelo peixe grande.

Estou feliz e daqui protegerei todo o grupo Natasha.

Peça a Kaku que levante o acampamento e eu irei levá-los para um lugar que tenha mais terra; e que nunca mais o grupo Natasha acampe num lugar cercado de água grande(em ilha).

Yasmim deu ao pai uma concha grande e pediu que a entregasse ao Kaku como prova de tudo o que ela dissera; e, voltando para a água grande, desapareceu.

Vlaz foi para o acampamento e revelou o acontecido ao Kaku.
Na manhã seguinte, o Kaku revelou o acontecimento para o grupo e resolveram levantar acampamento.
Embora tristes, sabiam que, daquele momento em diante, a cigana Yasmim seria sua protetora na água grande.

Quando os ciganos se despediram de Chipre, o povo da localidade ofereceu para cada cigano um pão.
Essa é uma tradição da ilha.
Depois, os ciganos foram embora de Chipre, viajando em cima da água grande para outros países.
È por esse motivo que o grupo Natasha tem um enorme respeito pelo mar; é por isso, também, que os membros do grupo não energizam pedras em águas salgadas e evitam se banhar no mar.

No dia 02 de fevereiro, o grupo Natasha leva para o mar presentes para a cigana: comida, doces, Frutas, perfumes, pó-de-arroz, sabonete.
Também faz um coração de flores brancas e oferece a Yasmim nas águas grandes.
Todo o grupo se ajoelha na areia da praia e reza em agradecimento, pedindo proteção.
Fazem isso porque essa história se passou no dia 02 de fevereiro de 1902, quando o Kaku era o cigano Romão, avô da cigana Yasmim.

Yasmim tinha pele clara, cabelos e olhos pretos.

Suas Roupas
Iasmim usava vestido longo na cor azul-celeste, com mangas bufantes que iams cotovelos.

Seus Adereços

Ela trazia na cabeça, em dias de festa, um diadema de pérolas.
Nas orelhas usava brincos de ouro, com águas-marinhas e pérolas.

Sua Magia

Essa Cigana fez a passagem muito jovem, mas já tinha suas cartas com os símbolos do seu clã.

A fase da Lua da sua preferência era a cheia.
Suas oferendas devem ser colocadas sempre em frente ao mar e, se for possível, sempre no dia dois de fevereiro: foi nesse dia que foi para o mundo espiritual, no mar, próximo a Ilha de Chipre.
Nunca devem ser colocadas velas coloridas para essa Cigana, pois ela só aceita velas azuis.

Autora: Ana da Cigana Natasha
Livro: Ciganos do Passado Espírito do Presente
Editora: Pallas

CIGANA POGIANA

Num lindo dia de primavera, a cigana Pogiana caminhava entre as flores do campo, quando encontrou uma macieira toda florida.

Encantada com as flores, ela apanhou algumas e colocou-as nos cabelos.
Desse da em diante, passou a usares de macieira para fazer perfumes.

Hoje ela é um espírito e toda sua magia tem que ter a flor da macieira, o fruto e a essência ou o perfume de maçã.

A cigana Pogiana também adora usar a saia estampada com desenhos de maçãs.
As pessoas que têm esta cigana em sua aura deverão ter sempre uma cesta com maçãs vermelhas e o ambiente onde vivem deve estar sempre energizado com essência de maçã.

Para fazer esta energização, pode-se colocar uma bola de algodão, umedecida com essência de maçã, dentro da cesta de maçãs da cigana.

Pogiana gosta de roupas coloridas, mas a cor vermelha tem que predominar; seus cristais preferidos são o quartzo rosa e a pirita.

Pogiana é a cigana da magia do amor, dos sentimentos; ela tem magia e encanto.

Suas oferendas são sempre colocadas debaixo de uma árvore bem frondosa, quando o Pai-Sol estiver nascendo.

Retirado do Livro Como descobrir e cuidar dos Ciganos dos seus Caminhos - Autora: Ana da Cigana Natasha - Editora Pallas

CIGANA VLAVIRA

Ela é a mãe da tribo.

É clara e tem cabelos loiros lisos e olhos castanhos – escuros. Sua saia parece um lenço multicor: mistura vermelho, verde, azul – claro, rosa, branco, amarelo – ouro, lilás, amarelo –claro, amarelo –queimado, verde –claro, verde –escuro, cor de abóbora, verde –abacate, azul –escuro.

Leva na cabeça uma tiara de flores brancas que tem penduradas fitas multicores, iguais á saia.

A blusa é azul –clara e usa no pescoço um cordão um cordão com uma figa de ouro e uma estrela de cinco pontas.

Adora perfumes e leva na cabeça um lenço amarelo –ouro brilhante. Usa um saco onde traz um baralho, vários cristais e moedas.

Adora se sentar perto do rio, que é o fundamento de Wlavira

Amigos nos ajude a dar créditos a quem o fez por merecer, infelizmente desconheço o AUTOR

CIGANO ARTEMIO

É misterioso, poucos sabem sobre sua passagem na Terra.

Trabalha com um punhal, uma turmalina-verde, um espelho, um maracujá pequeno, um tacho de cobre, uma moeda antiga, folha de sândalo, folha de tabaco, muitas fitas coloridas e um lenço de quatro cores, verde-claro, verde-escuro, verde-água, e verde-folha, com uma estrela de seis pontas dourada no meio, com que cobre o tacho.

É com isso que ele faz suas magias, faz amarração e desamarra casos difíceis.

Quando termina o trabalho, manda colocar tudo isso no mato fechado

Salve esse cigano.

Que Bela-Karrano lhe dê permissão para fazer mais e mais suas magias

Amigos nos ajude a dar créditos a quem o fez por merecer, infelizmente desconheço o AUTOR

CIGANA ZAIRA

Espanha! Terra de sonho, sol, flores e músicas, das roupas coloridas do meu povo.

Um príncipe saía escondido do castelo vestindo roupas de plebeu.

Ele queria estar entre os ciganos e assim o fez.

Juntou-se aos ciganos e começou a dançar ao som da música e da alegria desse povo.

Nesta hora, passou a cigana Zaira e disse:

_Vamos dançar.

Ao passar perto dos vinhos, pegou uma caneca para ela e outra para ele.

O príncipe, que naquela hora era um plebeu, disse que, ali, até o vinho comum lhe parecia infinitamente melhor do que o da sua adega.

Zaira rodopiava, mergulhada na musica.

Nos braços dele, seu corpo jovem e belo parecia ter asas e em seu rosto havia satisfação.

Olhando-a, o principe falou:

_Como te chamas, cigana bela?

-Sou Zaira- disse-lhe ela. - E tu como te chamas?

_ meu nome é Sol.

Ela alisou-lhe o rosto com suavidade e disse:

_Não és cigano, quem és? -

Não sou cigano, sou um pobre-coitado.

Ela riu e disse: - Não nos deixaremos mais.

Virás conosco; se não és ninguém, podes ser cigano.

Ele sorriu, pensando:" se eu pudesse"! Mas, por que não? Talves fosse possivel ficar uns tempos com eles; seria fascinante.

A esta altura, ele não se conteve. levou-a para um lugar deserto e, no campo ermo, á luz das estrelas e da Lua, amaram-se loucamente.

Os encontros dos dois foram muitos, até que um dia ela disse: Iremos levantar acampamento amanhã.

Mas ele não poderia ir.

A cigana continuou: - Tu és fidalgo, mas te quero assim mesmo. Vem conosco.

Mas ele disse: - Nada vou te esconder de minha parte.

Eu sou o príncipe herdeiro do trono.

Esquece-me, pois não podemos mais estar juntos - E foi-se afastando.

Zaira olhou para o céu e disse: -

Isto é para que eu aprenda que as ciganas não podem se casar com gajões.

O tempo passou.
Viajando daqui para lá, depois de nove meses, Zaira deu a luz uma menina e veio a falecer.

Essa menina se chamou Zaina e um cigano tomou-a sob sua proteção.

Existe o relato sobre a Zaina e tambem sobre sua filha Zanair. Que apresentaremos em outra pagina.

Retirado do Livro: Mistérios do Povo Cigano Autoras: Ana da Cigana NatashaEdileuza da Cigana Nazira

CIGANO MICHEL

Eu fui.

o filho irresponsável, aquele que um dia, traiu a confiança do pai e daqueles que em mim confiavam

Eu fui

o irmão ausente, aquele que não conhecia a união em família e que pouco se importava.

Eu fui

mulherengo, encrenqueiro, apreciava bebidas, mulheres alheias, eu era jovem, vivia uma vida de falsa felicidade.

Eu fui

aquele que não soube respeitar as tradições de meu povo, quando chamava a responsabilidade, eu falhei.

Eu fui

aquele que decepcionou a todos que me amavam, e que sempre me perdoaram. em pouco tempo perdi o respeito de meu pai, perdi o irmão que era o meu ponto de equilíbrio, meu irmão morreu em meus braços, perdi o amor daquela que sempre amei e não sabia. ainda estava em tempo.

Deus em sua infinita bondade me concedeu uma nova chance de saldar meus débitos com o meu povo.

Precisava recuperar o tempo perdido, o respeito de meu pai, o amor da minha vida, honrar o espírito de meu irmão, comandar meu povo, mante-lo unido em busca de novas paragens.

Eu tentei mas meu passado voltou com toda a força, aqueles que um dia prejudiquei, não esqueceram e conseguiram se vingar.

Uma armadilha, uma tocaia e todos os meus sonhos de mudança se perderam eu os perdôo.

Com muito sofrimento, ferido mortalmente consegui chegar ao nosso acampamento.

Minha vida aos poucos escapava como agua entre os dedos. todos sabiam que minha hora chegava pedi perdão aos meus irmão, ao meu povo, a minha amada dalila. logo agora, eu era um novo homem, havia conseguido o respeito de meu pai, o reconhecimento do meu povo, e em meu leito de morte, recebi a mão de minha amada, pelo sangue nos unimos e nada nem ninguém poderá nos separar...

Novamente a justiça divina se fez presente e uma nova chance para que eu pudesse terminar minha missão me foi concedida.

Hoje ao lado daquela que o destino me reservou, volto para pregar o amor, a confiança, a bondade, o perdão.

Estamos aqui para ajudar a todos aqueles que precisam de um conselho, uma palavra de conforto, um carinho.

Não desistam nunca, é a fé que nos mantém unidos e Deus, o nosso Pai Maior, é justo e soberano, através de sua mensageira Santa Sara haverá de nos ajudar nesta nova oportunidade de evolução, rumo a eternidade.

ATÉ UM DIA

MICHEL

Retirado: http://groups.msn.com/CiganosAcaravanadeLuz/espritoscigano.msnw

CIGANO TARIN

No acampamento na cidade de Fedala, uma enorme fogueira foi armada.
Era uma linda noite de lua cheia.

O cigano Tarin fez a energização, acendeu a grande fogueira e ofereceu-a à Salamandra.

Tarin ficou perto do fogo, enquanto os ciganos ficavam em circulos ao redor do fogo.

Olhando para as chamas, Tarin começou a falar:

-Salamandra, tu que és o fogo vivo, queima todas as maldades do mundo com tua lingua de fogo e abre os caminhos para os ciganos passarem.

Ó Deusa encantada do fogo, queima todas as impurezas deste mundo.
Neste momento, as labaredas ficaram mais altas e transformaram-se numa mulher com cabelos de fogo.

Aos poucos, a grande fogueira foi ficando normal.
Todos os ciganos bateram palmas.

Então, o cigano Tarin jogou muitas folhas na grande fogueira, a fumaça perfumou o ambiente e os ciganos começaram a dançar ao som dos violinos.

Salve, Salamandra, salve o fogo vivo.

Salve os ciganos.

Amigos nos ajude a dar créditos a quem o fez por merecer, infelizmente desconheço o AUTOR

CIGANA SÂMARA

Moça de cabelos cor de fogo: seu mistério é o fogo.

Adora fazer feitiços com o fogo e a Salamandra.

É com a brasa que ela tem a força.

Ela pega uma brasa na fogueira com as mãos e a coloca na boca.

Isso é o maior feitiço e a mais estranha magia.

Sâmara adora roupas coloridas, feitas de retalhos.

Sua blusa é sempre vermelha e no cabelo sempre leva uma flor também vermelha.

Traz na mão um cristal de jaspe sangüíneo.

Essa cigana tem a força do fogo; não usa cartas, dados ou moedas para suas magias.

Para revelar o passado, presente ou futuro, usa a chama de uma vela vermelha ou a labareda da fogueira.

Quem tem essa cigana precisa ter muito cuidado, pois se a tratar errado, ela ficará agressiva e tornará a vida pessoa um martírio.

Sâmara costuma invocar as salamandras e faz magia com o fogo, sal, pimenta, folha de corredeira-de-aluar, frutos, folhas e capim cheiroso.

Tudo isso é misturado e acrescentado a outras ervas.

Depois, ela embrenha-se no mato para levar sua magia.

Ela gosta de trabalhar na Lua minguante e também no dia 13 de cada mês, as 01:37 hs da manhã.

A cigana Sâmara tem uma cabeça de cobra seca, um sapo seco, um morcego seco e anda sempre com uma coruja cinza no ombro.

Essa coruja tem penduradas no pescoço varias fitas coloridas, cada uma com um guizo pequenino na ponta.

O nome dessa coruja é Feimi, que quer dizer

"Creia em mim¨.

É muito bonito o trabalho dessa cigana.

Só quem vê o seu trabalho é que pode avaliar sua energia.

Como essa cigana é feiticeira, seu trabalho é resolvido em uma hora e trinta e sete minutos.

Amigos nos ajude a dar créditos a quem o fez por merecer, infelizmente desconheço o AUTOR

CIGANO IGOR

Sou um cigano errante, Filho do sol e da Lua,

Quando nasci, me batizaram , na beira do rio Eufrates, Falaram em meu pequeno ouvido, o meu nome secreto,

Me deram tantas virtudes, das quais me orgulho até hoje.

Andei por muitos caminhos, E não encontrei o que tanto procuro, Mas não me canso de buscar, apesar dos espinhos Que ferem os meus pés , quando ainda está escuro.

Sou o filho da Lua e do Sol, Um pássaro livre a voar,

Estou aqui, ali e acolá,

Realizo caminhadas, sem nunca sequer me cansar.

Pois meu destino é andar e voar.

Voô nos meus pensamentos E vou onde me leva o vento,

Vou ao encontro do amor, Que eu sei que existe em algum lugar.

Preciso de um amor, Para encantar meus dias, Que não me esqueça e me chame,

Que grite bem alto o meu nome e o repita mais vezes... Igor!...Igor!...Igor!....

Vem para mim, vem me amar!

Sou o Rei e sou o Príncipe, de um Reino Universal

Meu reinado nunca acaba, pois a minha coroa é a vida.

Meu reino é feito de amor, de paz e de puro êxtase!

Sou o caminheiro do tempo, pois faço qualquer roteiro.

Pois o importante é nunca parar.

Sou o primeiro e o último de todos os perseguidos

Honrado ou deprezado, odiado ou simplesmente amado.

Sou o ruído e o silêncio :

sou o pranto e a alegria.

Sou o eterno caminho, sou o menino do dia e o amante doce da noite,

Sou o alívio das dores, dos corações que amam, portanto se precisares,

Basta apenas chamar pelo meu nome, nunca esqueça,

o meu nome é Igor!

Me chame..., me chame..., me chame.

Amigos nos ajude a dar créditos a quem o fez por merecer, infelizmente desconheço o AUTOR

CIGANA LEONI

Cigana menina, fala muito de plantas, pois é delas que faz suas magias. Adora o jasmim; diz que ele é originário da Índia.

Hoje, cultivada em quase todas as zonas temperadas, essa flor é valorizada há muitos séculos na antiga Pérsia.

Na China, é considerada sagrada.

Diz Leoni:

A essência dessa flor esta ligada á cura, á afetividade, á maternidade, ao rejuvenescimento e á sedução.

É dessa flor que Leoni faz casamentos e amarrações.

Essa cigana adora o cristal de aventurina, que contem sua energia.
Também gosta de tudo o que é verde, como a esmeralda.

As frutas das magias dessa cigana, depois de cinco dias, são enterradas embaixo de uma planta ou arvore frondosa.

Amigos nos ajude a dar créditos a quem o fez por merecer, infelizmente desconheço o AUTOR

CIGANA NAJARA

Vinha um homem montado em seu cavalo, no seu passeio costumeiro, naquela planície verde e linda, quando, num certo local, seus olhos viram uma mulher de cabelos longos, negros da cor de azeviche, olhos pretos e grandes, lábios muitodos, mas de um rosado natural, e pele muito clara fazendo contraste com a cor dos cabelos. Ela sorriu; ele aproximou-se e perguntou:
- Qual é o seu nome?
Ela respondeu: Sou Najara.
Desde este momento, o cavalheiro interessou-se pela moça. E, desde então, lá estava ele, todos os dias, naquele mesmo horário, ao nascer do Sol.
Depois de muitos dias, começou um romance entre o cavalheiro e a moça. Passado o tempo, ele disse para ela:
_ Querida, tenho de fazer uma viagem. Não sei se volto ou não.
Najara pegou sua mão e disse:
_ Nunca mais você vai me ver. O nosso amor foi muito bonito, mas irei perdê-lo.
Tirou uma moeda do seu colar e disse:
_ Leve isto, pois esta moeda é eterna, mas eu não sou.
O cavalheiro afastou-se. Najara olhou para o Sol e disse;
_ Lua de fogo, és a quentura que aquece a Terra. Obrigada por aquecer minha alma.
O tempo passou. O cavalheiro voltou e começou a procurar aquela moça tão linda. Quando avistou um lenhador, perguntou-lhe:
_ Conhece uma moça clara, de cabelos negros e olhos pretos, cujo nome é Najara?
O lenhador assustou-se com a pergunta. O cavalheiro insistiu e o lenhador disse:
_ O senhor está falando de Najara, a cigana, que lia o passado, o presente e o futuro. Senhor, essa cigana já esta morta há anos.
O cavalheiro disse:
- Você esta louco! ela me deu esta moeda! - E contou-lhe todo o romance coma linda moça. Ao terminar, o lenhador disse:
- Senhor, guarde esta moeda, pois isso é a proteção da Cigana mais linda que eu já conheci neste lugar. Ela, em vida, era a protetora dos injustiçados e conselheira no amor.
O cavalheiro disse ao lenhador:
- Quando eu a encontrei, estava com muitos problemas, principalmente no amor, pois tinha sofrido uma desilusão.

O lenhador disse:
- Guarde, então esta moeda com muito carinho, pois Najara irá ajudá-lo.
Quando chegou a casa, o cavalheiro recebeu a notícia de que uma de suas tias iria visitá-lo. Passados alguns dias, a tia chegou, vinha com a filha. Quando o cavalheiro chegou perto da prima para cumprimenta-la, levou um susto - era aquela moça q ele encontrara em seus passeios matinais, o mesmo cabelo, os mesmos olhos, lábios e cor clara. Mas na verdade era sua prima , que viera apagar o sofrimento que ele tivera com a noiva. Najara ajudou o cavalheiro a esquecer a traição. Dali começou seu romance, e vieram a casar-se. Quando nasceu a primeira filha, tinha o rosto de Najara. Então, ele disse:
- Está aí minha Najara.
Essa história foi psicografada pelo cigano Ramão, que em vida, foi o marido da Cigana Najara.

Autoras: Ana da Cigana Natasha e Edileuza da Cigana