sexta-feira, 29 de junho de 2018

Glossário Cigano

ROMANÊS O IDIOMA DO POVO CIGANO
O Romanês, um idioma muito diferente do português e exclusivo deste povo, é um vocabulário que se originou pela mistura de muitos outros, resultado de suas andanças pelo mundo. É impossível vinculá-lo a um único idioma ou etnia. Conheça algumas palavras e sua tradução:


PEQUENO DICIONÁRIO ROMANÊS
Acans: olhos
Aruvinhar: chorar
Bales: cabelos
Baque: sorte, fortuna, felicidade
Bato: pai
Brichindin: chuva
Cabén: comida
Cabipe: mentira
Cadéns: dinheiro
Calin: cigana
Calon: cigano
Churdar: roubar
Dai (ou Bata): mãe
Dirachin: noite
Duvêl: Deus, Nosso Senhor, Cristo
Estardar: prender
Gadjó: não cigano
Gajão: brasileiro, senhor
Gajin: brasileira, senhora
Jalar: ir embora
Kachardin: triste
Kambulin: amor
Lon: sal
Marrão: pão
Mirinhorôn: viúva
Naçualão: doente
Nazar: flor
Paguicerdar: pagar
Panin: água
Paxivalin: donzela
Querdapanin: português
Quiraz: queijo
Raty: sangue
Remedicinar: casar
Ron: homem
Runin: mulher
Sunacai: ouro
Suvinhar: dormir
Tiráques: sapatos
Trup: corpo
Urai: imperador ou rei
Urdar: vestir
Vázes: dedos ou mão
Xacas: ervas
Xinbire: aguardente
Xôres: barbas

Para abrir caminho trazendo Sorte, amor e dinheiro

Material:

21 Moedas,
açúcar,
01 vela comum branca,
03 rosas amarelas sem espinhos.

Como fazer:

Numa reta, jogar as moedas uma a uma e um pouco de açúcar junto, quando chegar na moeda 21ª acender a vela e dizer:

"Cigana Sara eu te peço com a ajuda do povo cigano clareie meus caminhos, abrindo-os para a sorte, no amor, na saúde, na felicidade, na fartura e sucesso."

Colocar as 03 rosas de frente para onde irá caminhar em forma de triângulo, apontando para o lado que você irá caminhar (para frente) e não volte para trás.

Autor: Sandra Piagneri

Novena para Santa Sara Kali para engravidar

História da Santa:

Dada às perseguições aos cristãos, alguns discípulos de Jesus foram colocados numa barca sem remos, sem velas, sem alimentos e água, em represália à fidelidade à Cristo.

Entre os que receberam este castigo estavam: Maria Salomé, mãe do discípulo Tiago Maior e João; Maria Jacobé, irmã ou prima da Virgem Maria; Lázaro e suas irmãs Marta e Maria Madalena, além de Maximino e Sidônio, o cego de Jericó. No momento em que a embarcação foi jogada ao mar, uma escrava egípcia, Sara, implorou para que a levassem junto. E um milagre aconteceu: Maria Salomé jogou um grande lenço sobre as águas e Sara caminhou sobre ele até subir ao barco. Os ciganos a veneram com o nome de Sara, a Kali (que significa negra ou morena).

Seus restos mortais repousam na Igreja de Notre-Dame-de-La-Mer, na cidade de Saintes Maries de La Mer, antiga Camargue, no Sul da França, segundo consta ao lado das criptas de Maria Jacobé e Maria Salomé. As relíquias foram descobertas em 1449 e hoje a igreja é um dos locais visitados pelos peregrinos do Caminho de Santiago de Compostela, pois faz parte de sua rota de peregrinação. Novena: Os Ciganos Veneram Santa Sara, Que Tem Dois Dias , 24 E 26 De Maio, De Comemorações. Nestas datas, ciganos de várias partes do mundo vão até Saintes Maries de Lar Mer, quando levam a imagem dela até o mar numa procissão lindíssima.

Para as ciganas, Santa Sara é a protetora da gravidez. Quando uma delas é ?seca?, como dizem , pedem a Sara Kali a graça de ser mãe e são atendidas.

A novena é simples:

Compre um lindo lenço, bem colorido ou florido, como usam as ciganas, e amarre-o em volta da imagem ou gravura da santa, pedindo por um bebê.
Durante nove meses ? que é o período de uma gestação ? faça todos os dias a oração da santa. Segundo a lenda, a graça poderá ser concedida antes mesmo do fim da novena.

Quando o bebê nascer, o lenço passará a ficar amarrado no berço até a criança completar um ano. Se for uma menina, costuma-se agradecer à santa colocando o nome dela no bebê. Se for menino, nomes como Tiago e Lázaro, discípulos de Cristo que também estavam na barca com Sara Kali, são indicados. Mas também podem ser usados como um segundo nome, como Regina Sara, Paula Sara, etc... ou Pedro Lázaro, Sergio Tiago e por aí afora.

A Oração:

Sara, Sara, Sara, fostes escrava de José de Arimatéia. No mar, fostes abandonada (pedir para que não sejamos abandonados pela sorte, amor, dinheiro, saúde, felicidade...). Teus milagres no mar se sucederam e como santa te tornastes, à beira do mar chegastes e os ciganos te acolheram. Sara, Rainha, Mãe dos ciganos, que te consagram como protetora e mãe vinda das águas. Sara, mãe dos aflitos, a ti imploro proteção para o meu corpo, luz para que meus olhos enxerguem até no escuro, luz para o meu espírito e amor para todos os meus irmãos. Aos pés da Mãe Santíssima, tu, Sara, me colocarás e a todos que me cercam, para que possamos vencer as provações terrenas. Sara, Sara, Sara, não sentirei dores nem tremores. Espíritos perdidos não me encontrarão e, assim como conseguistes o milagre do mar, a todos que me desejarem mal,tu, com as águas me fará vencer (quando a pessoa não está bem e querendo resolver algo muito importante, beber três goles de água). Sara, Sara, Sara, não sentirei dores nem tremores, continuarei caminhando com fé, sem parar. Assim como as caravanas passam, no meu interior tudo passará e a união comigo ficará. E sentirei o perfume das caravanas que passam, deixando o rastro da alegria e da felicidade dos teus ensinamentos. Amai-nos Sara, para que eu possa ajudar a todos que me procurem. Ajudados pelos teus poderes, serei alegre e compreensivo com todos que me cercam.Corre no céu, corre na terra, corre no mundo e ? Sara, Sara, Sara ? estarás sempre à minha frente, sempre atrás, do lado esquerdo, do lado direito.

E assim dizemos que somos protegidos por Sara, que nos ensinará a caminhar e perdoar.

Reze três Ave-Maria, sendo a primeira para Sara, a segunda para os ciganos e a terceira para você.

Os que quiserem colocar um copo de água benta ou filtrada diante da imagem da santa ou oferecer flores, podem crer que serão sempre bem-vindos.

NOTA: quem quiser saber mais sobre Santa Sara Kali e suas orações, poderá ler o livro ?Os Mistérios de Santa Sara

Orações Ciganas

Para encontrar um grande amor:

"Minha estrela reluzente, aquela que mais brilha no céu.
Vai até o coração de alguém que ainda acredita no amor.
Com as fitas coloridas do povo cigano, amarre e traga essa pessoa para mim.
Com mel e o vinho cigano, eu chego pelo tempo até você, que precisa do meu amor.
Alguém que venha me amar, com intensidade, mas sabendo ser doce e meigo comigo.
Que a força da energia Cigana o traga para mim.
Que a força do amor que eu tenho seja capaz de envolvê-lo.
Ofereço as Ciganas Encantadas essa oferenda, como alguém que oferece uma taça de amor.
Alguém que esteja sedento, chegará com a força de um leão feroz, mas será manso como um carneiro.
Chegará e me envolverá com a força do amor caliente.
Chegará para libertar a alma cigana que existe em mim, e, assim, podermos chegar à estrada do amor.
Ciganas Encantadas, que suas forças se façam presente, abrindo os meus caminhos para que eu possa viver um amor cigano.
Assim seja para o bem de todos".

Ofereça às Ciganas Encantadas : mel e vinho, sob uma linda roseira vermelha.

Faça com fé e na Lua Crescente.

Oração Cigana

Deus está em toda parte ao mesmo tempo.
Ao seu redor e dentro de você.
Você jamais estará desamparado e nunca esta só.
Não permita que a mágoa o perturbe.
Procure manter-se calmo, para ouvir a voz silenciosa de
Deus que esta em você e assim poderá superar todas
as dificuldades que aparecerem em seu caminho e,
há de descobrir a verdade que existe em todas as coisas e pessoas.

Oração Para o Povo do Oriente

Salve ó Bandeira Branca, Salve São João Batista, Salve estrela de David, e seus seis lados, Mestre Jesus, Buda, Sta. Maria Madalena, Sta. Sara Kali, São
Lázaro, arcanjos, serafins, querubins, anjos protetores nos auxiliem neste momento, nesta corrente de luz, rogai ao Arquiteto do universo, a Alá, em nosso favor
e, levai nossos pedidos (mencionar o pedido) para que ele seja aceito.

São Miguel, São Rafael, São Gabriel, Baltazar, Melchior, Gaspar, Reis do oriente, venham nos ajudar forças egípcias, chinesas, indianas, árabes, ciganos, beduínos, videntes, profetas, magia de ponto, de pó, astrologia, pura manifestação das almas batizadas em águas sagradas.

Salve o Povo do Oriente!

Salve os quatro cantos do mundo!

Guerreiros, reis, príncipes, Santos e Santas do bem, doutores de branco, doutores da lei, mandamentos sagrados, sangue, suor, vitória de homens coroados.

Baptista é quem nos comanda, fonte de pura energia, pirâmides preciosas, rosas brancas no deserto, luz em nossas vidas, amparo de almas, linha branca bendita.

Assim seja!!!!

(Essa é uma oração para atrair proteção do Povo do Oriente e é bom rezar com uma vela branca, um copo de água do mar, um incenso indiano e vestir roupa clara).

Oração para a Cigana

És uma linda flor que desabrocha no amanhecer és um espírito de luz
És a lua que clareia nossas mentes para que possamos dar um conselho na hora certa.
És o espírito que nos dá força para superarmos todos os nossos obstáculos.
És a estrela brilhante que ilumina nossas vidas neste planeta Terra.
És um espírito maravilhoso que à noite vigia nossos sonhos, impedindo a aproximação de espíritos maléficos
Cigana, com tuas fitas coloridas, estás sempre transmitindo a força do arco-íris.
Sempre que o aflito te invocar, possas transmitir-lhe a energia da paz, da harmonia e da consolação.
Que, ao olhar a chama de uma vela, possamos sentir a tua presença.
Que, ao tocar um cristal, possamos sentir a tua energia positiva.
Que, ao sentir o aroma de violetas, possamos sentir que estás nos confortando.
Cigana, cobre-nos com tua saia colorida, escondendo-nos dos invejosos e mostrando a eles que o caminho não é esse.
Cigana encantada, que nesta hora possamos sentir segurança, paz e felicidade.
Com teu encanto, encanta coisas boas para que os nossos caminhos não tenham obstáculos.
Desencanta todas as perturbações que existam nos lares, Cigana, cura aqueles que estejam doentes do espírito, da alma, da matéria,
Com o poder do Pai-Sol
Com o poder da Mãe- Terra,
Nós te pedimos que nossos pedidos sejam atendidos.
Por Santa Sara, a padroeira dos ciganos, e por todos os espíritos ciganos que viveram e sofreram nesta Terra, nesta corrente de fé, Cigana.

ORAÇÃO PARA O CIGANO

Cavaleiro da noite e do dia, homem forte e corajoso, és a força de um grupo cigano, és poder.
Com teu violino encantas a Lua Cheia.
Com teu sapateado ajudas a Mãe-Terra a sentir teu lamento cigano e sentes na relva a energia mais profunda da Natureza.
Ao olhar a fogueira decifras o que dizem as labaredas, pois é na chama do fogo que são revelados os mistérios do mundo.
Cigano, és homem forte e seguro do que queres.
Cigano, és amor, carinho, ternura e paixão ardente
Cigano, pareces árvore frondosa de tronco grosso, a proteger-nos das falsidades desta vida terrena.
Ao olhar para o infinito, possa eu sentir a tua energia.
Cigano, ao olhar a chuva caindo na relva, possa eu sentir-te lavando-me das impurezas deste mundo; e ao olhar a chama de uma vela, possa eu sentir-te a dizer-me:
"Estou te protegendo".

Fontes: Variadas

quinta-feira, 28 de junho de 2018

CIGANOS AMALÁ

3 ou 7 velas de cera incolor, frutas como maçã, pêssego, uva principalmente, dentro de uma gamela, arroz integral e batatas assadas pequenas e descascadas, coberto com canela e mel tudo arranjado com flores. Bebida para o cigano vinho tinto, e para a cigana vinho branco. Para o cigano cigarro ou cigarrilha, e para cigana cigarros

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Cigana Morgana

Cigana Feiticeira, natural da região da Áustria, tendo vivido também na Hungria, Romênia, Bulgária, França… esta figura misteriosa, trajando sempre uma capa com capuz em veludo vermelho carmesim com alguns bordados de pedrarias, impressiona por sua beleza singular.

De uma beleza exótica e charme e indiscutível, ao longo dos tempos a Cigana Morgana circula no universo astral de forma bem singular: cabelos ondulados e negros, olhos cor de mel, pele pálida e vestimenta vermelha com arremates em dourado. Por cima de sua roupa usa uma longa túnica com capuz também no tom rubro, sendo esta de tecido aveludado e com pedrarias nas bordas. Para ornar a cabeça alterna com rosas naturais e tiaras com correntes.

Usa um grande anel de pedra verde no dedo anelar da mão direita e anéis diversos na outra mão, além de fazer valer seu apreço por colares, pulseiras e brincos da cor do ouro. Usa batom vermelho escuro, gosta de punhais e pequenas adagas, espelhos (os utiliza em adivinhações e também para magias). Entende muito bem de magia dos elementos, utiliza oráculos, cristais, gosta de usar acessórios não só dourados mas, também prateados, pratica magia lunar, prepara banhos e poções sempre utilizando-se da energia e da força da lua.

Carrega sempre consigo um baú onde estão seus oráculos e alguns outros itens indispensáveis em sua magia. Gosta da cor vermelha, azul safira, branco, e em algumas ocasiões pode usar a cor preta. Tem como aliados e animais de poder: uma coruja e um lobo. Simpatiza muito com cães. Gosta de fragrâncias à base de absinto, dama da noite, magnólia, e diz que verbena também é excelente para proteção. Gosta de maçãs vermelhas, e de vinho tinto suave.


Gosta de safiras (em especial a azul, a preta e também o rubi que não deixa de ser um tipo de safira), e de esmeraldas. Cigana misteriosa, excelente conselheira em magias e consultas aos oráculos. Não é de falar muito, é séria, porém seus conselhos são certeiros. Salve Cigana Morgana. Feiticeira da Lua. Salve tua beleza e a tua magia. Salve Santa Sara Kali e todo o Povo Cigano.

Discreta e com modos requintados, Morgana não faz muito alarde quando desce para trabalhar. Gesticula de forma suave, limpa a aura do médium que lhe dá passagem, só depois atende a quem por ela espera. Toca pandeiro e cantarola, mantendo sua elegante postura, mas como uma particularidade: as fitas de seu instrumento só têm as cores vermelha e branca, homenagem à Áustria, seu país de origem de onde saiu ainda jovem e nunca retornou. Quando falta-lhe uma túnica ela cobre-se com lenços sem objeção, no entanto cobra carinhosamente do protegido que “na próxima” tenha em mãos tudo que ela aprecia.
Quando em vida terrena a Cigana Morgana costumava guardar seus pertences em um baú, neste, concentrava muita energia dos antepassados para “alimentar“ seus variados oráculos passados de geração em geração (baralhos, runas, espelho mágico e sua inseparável bola de crista), e na Lua Cheia costumava abrir a arca para que seus artefatos sagrados recebessem às bênçãos lunares. Portanto, quem é protegido por esta Cigana pode ser intuído a manusear qualquer um dos objetos divinatórios citados.
Morgana gosta de misturar essências, ou seja, mesclar os aromas de incensos e perfumes em seus feitiços, ainda que o médium não domine o assunto. Recebe velas douradas, vermelhas e amarelas. Gosta de ser agradada com punhal, baú, mandala e coquetel de fruta. É uma Cigana tranquila, porém distribui sorrisos faceiros ou mesmo sensuais em suas consultas. Água e Fogo são os Elementos atribuídos à Cigana Morgana.
Salve a Cigana Morgana e seus misteriosos encantos!!!

Ciganos Mirins

Como quase todas as linhas de trabalho, a linha dos ciganos é também composta por seus mirins, essenciais para o trabalho. Os ciganos mirins, no entanto, formam uma linha pouquíssima conhecida, fazendo a interseção entre a linha das crianças e a linha dos ciganos. Diferentemente dos erês, os ciganinhos não brincam muito, mantendo uma postura de maior seriedade. Eles gostam mesmo é de dançar. 
Quando em terra, se divertem dançando, dando passes e realizando a tarefa principal desta linha: a cura e o equilíbrio. São exímios curadores, trazendo aprendizados milenares de magia, leitura de mãos (ciganinhas), cura, em especial física, e reequilíbrio geral. Podem descer tanto junto a egrégora cigana como junto a ibeijada. Eis aí um dos motivos pelo qual não são percebidos.
Pela calma que passam, não demoram para serem confundidos com ciganos normais. Se assim ocorrer, os mirins tratam de aceitar as denominações, não fugindo dos ensinamentos da casa. Desta forma, dão normalmente apenas o primeiro nome que trazem, não se identificando como mirins. Porém, por terem alguns comportamentos infantis quando descem, podem ser aderidos aos erês, formando o que seria uma ibeijada do oriente cigano, ou seja, se alguém os aceitar como crianças, eles passam a trabalhar e atuar como crianças. O que querem é trabalhar, seja de qualquer forma.
Estão sempre abertos a trabalhar e a se mostrar. Sempre que aceitos, com carinho, eles se apresentam como são com todo o seu amor e sua inocência. As meninas gostam de tiaras e pulseiras, os meninos, de arquétipos próprios de suas raízes ciganas.
Os nomes que dão, assim como com as demais meninadas, é o diminutivo de nomes adultos, exemplo:

Cigana Esmeralda – Esmeraldinha
Cigano Rodrigo – Rodriguinho
Cigano Pablo – Pablinho (Pablito)

Cigana Feiticeira

E seu amor por um Ogun de Ronda...

Essa cigana nasceu no ano de 428, num dos vilarejos próximos de Anatólia, local hoje pertencente a Turquia. Na época, o território já havia passado para as mãos dos romanos e os cultos ancestrais eram realizados às escondidas. Durante o sexto século, houve muitas mudanças na região e a Anatólia passou a pertencer ao Império do Oriente, no comando da cidade de Constantinopla.

Quando nasceu, essa menina foi batizada com o nome de Yaesmed, que quer dizer: "A escolhida dos deuses". Ela era bela, inteligente e sagaz e logo foi iniciada nos preceitos da Antiga Religião. Ela seria uma sacerdotisa do Templo dos Balcãs. Cresceu e aprendeu tudo o que a arte oculta poderia lhe ensinar.

Mas, antes de entrar para a Ordem da Grande Deusa Ishtar, conheceu um soldado romano e ambos apaixonaram-se. O soldado Fulvio Cesare era filho de um dos comandantes reais do Grande Império.

Sacerdotisas jamais poderiam se casar. E soldados romanos eram proibidos de se unirem com moças de outras tribos. Os dois resolveram fugir para terras distantes, em um país chamado Índia, onde não havia a disputa religiosa.

Porém, o destino lhes pregou uma peça e ambos foram pegos. Ela foi confinada no subsolo do templo em jejum absoluto, sem direito a pão ou água. Ele foi executado como traidor da pátria. Ambos morreram separados em nome do amor.

Após desencarnar, Yaesmed foi recolhida, estudou e tornou-se um espírito da Legião do Oriente, trabalhando em favor das mulheres que sofrem por amor. Fulvio Cesare, passou a trabalhar na Colônia Espiritual de São Jorge, auxiliando nos campos de batalha e nas guerras que ocorriam por toda a Europa. Ambos se encontravam às vezes no Plano Espiritual.

Hoje, eles trabalham como falangeiros do Reino de Aruanda. Ela é uma Cigana que atua na Falange do Oriente e que entende de magia, amor e cura. Ele é um falangeiro de São Jorge e que entende de lutas, de guerras e de amor.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Rom

O grupo Rom, mais numeroso de todos, provém principalmente do norte e leste da Europa, onde, inclusive, chegaram a ser escravizados na Moldávia e na Valáquia (atual Romênia). Eles, certamente, originaram-se do grupo que, uma vez na Europa, resolveu seguir para o norte.
Observa-se no romani e nos costumes tradicionais deste grupo uma forte influência da cultura eslava. As slavas, por exemplo, festas religiosas em homenagem aos santos padroeiros, que muitos autores estabeleceram como um costume tradicional dos ciganos de maneira geral, são, na verdade, um costume eslavo muito antigo, praticado com esse mesmo nome, ainda nos dias de hoje, por cristãos ortodoxos não-ciganos na Sérvia. Da mesma forma, muitos dos mais tradicionais rituais da Pomana, a cerimônia fúnebre que muitos autores atribuem, novamente, a todos os rhomá, são realizados exclusivamente pelos rhomá do grupo Rom e também derivam de antigas tradições eslavas não-ciganas.
Ao contrário do que normalmente se pensa, eles também são os únicos entre os rhomá a estabelecerem subdivisões em clãs, como era costume nas regiões do norte e leste europeu por onde se espalharam. A palavra “clã”, como todos podem imaginar, nem mesmo é de origem romani. Dessa maneira, os clãs dos rons caracterizam-se pelas profissões tradicionalmente exercidas pelos seus membros, enquanto os rhomá dos grupos Sinti e Calon não estão subdivididos em clãs, mas reconhecem-se com nomes distintos de acordo com a localidade de onde provém.

Kalderash


Kalderash
A palavra romani kalderash remete à forma romena “căldare”, que por sua vez descende do latim “caldāria” e significa “caldeirão”, “balde”. Com efeito, esse subgrupo ou clã do grupo Rom é originário da Moldávia e da Valáquia, hoje Romênia, e são tradicionais na arte da ferraria, desde a confecção de armas, facas, até utensílios de cozinha, como panelas e tachos. São famosos, aliás, os tachos kalderash pela sua qualidade e durabilidade, como são famosos os próprios kalderash pela sua arte – um tanto inigualável – de trabalhar, sobretudo, o cobre.
Os kalderash são um dos subgrupos rhomá que, graças ao príncipe Vlad III, da Valáquia, permaneceram cativos naquela região, escravizados de 1445 a 1860. Hoje estão espalhados por toda a Europa e Américas, mas muitos permaneceram na Romênia após o fim da escravidão. Ainda hoje existem cerca de 200 mil rhomá do subgrupo kalderash naquele país.
O clã Kalderash é também o mais numeroso do grupo Rom e conta, ele próprio, com algumas subdivisões internas, por vezes referenciadas equivocadamente como clãs independentes na bibliografia sobre o tema. De maneira análoga ao que acontece nos grupos Sinti e Calon, essas subdivisões, que, frisamos, não são clãs independentes, correspondem a localidades de proveniência, por eles próprios designada nátsija(nacionalidade). Em virtude de estarem desordenadamente distribuídos em um amplo espaço geográfico, algumas vezes é possível observar singularidades entre uma e outra nacionalidade, o que, no caso dos kalderash, acaba contribuindo para que sejam confundidos com clãs independentes.

Lovara ou Lovari


Berlin, Sinti und Roma mit Pferd vor Wohnwagen
Os Lovara são tradicionalmente criadores e vendedores de cavalos, ofício pelo qual conquistaram fama principalmente na Hungria, de onde são originários, mas também em toda a região dos Bálcãs. Hoje encontram-se dispersos por toda a Europa e Américas, inclusive no Brasil. Nos tempos modernos, muitas famílias Lovara substituíram o antigo negócio de cavalos pelo comércio de automotivos, mas muitos, sobretudo aqueles que conseguiram acumular alguma fortuna, ainda se mantêm fiéis ao modo de vida originário. Para muitas famílias rhomá, a profissão acaba sendo uma espécie de tabu, passado de geração em geração, do qual a tentativa de afastar-se não é vista com bons olhos na comunidade.
Os Lovara falam um dialeto de romani fortemente influenciado pelo húngaro.

Churára ou Tsurára

A palavra tsurára deriva de antigas línguas eslavas orientais (novamente os eslavos!) e parece significar “peneira”. Há pouca informação disponível sobre este clã. Sabe-se que são originários da Rússia e que eram fabricantes de, como o nome sugere, cestos e peneiras. Essa, é preciso observar, é uma antiga e tradicional profissão do subcontinente indiano e de algumas regiões do Oriente Médio. Não posso afirmar com certeza, mas nunca conheci um rhom tsurára e acho que não houve imigração deles para o Brasil.

Macwaia ou Machvaya


480px-Gypsy_family_from_Serbia
Diz-se que os Macwaia, ou Machvaya, como são mais conhecidos no Brasil, originaram-se de uma ramificação Lovara estabelecida na Sérvia (antiga Iugoslávia). Fato é que eles estão, hoje, entre os subgrupos rhomá mais numerosos, e a Guerra dos Bálcãs, no início do século XX, acarretou um significativo aumento do número de Machvaya vivendo em outros países, entre eles o Brasil. São músicos por tradição, profissão na qual ainda são muito requisitados nos vilarejos da Sérvia independente dos dias de hoje. No entanto, mantêm estreitas ligações com a comunidade Servijája (ou Servika) de ferreiros.
Alguns especialistas observam nos Machvaya uma tendência maior para a sedentarização e a assimilação da cultura não-cigana, comprometendo a própria identidade romani em uma condição de “cripto-ciganos” (pessoas rhomá que escondem ou dissimulam a origem romani). No que me diz respeito, não vejo neles uma tendência maior nesse sentido do que em todos os outros grupos e subgrupos rhomá, especialmente os Sinti, do qual faço parte.

Boyásh ou Rudari


rudari
Os Boyásh são originários da Romênia e têm uma história muito interessante. Quase sempre vemos referências a eles como os artistas circenses dos rhomá. Nada disso. Eles também estiveram escravizados na Moldávia e na Valáquia, como os Kalderash, desde meados do século XV, quando foram forçados a se estabelecer ali para trabalhar como mineradores. Ao que tudo indica, eram os Boyásh que extraiam da terra os metais com os quais os Kalderash trabalhavam.
A palavra Boyásh deriva da expressão regional romena “baie”, que significa “mineiro”. O outro nome pelo qual são conhecidos, Rudari, tem uma origem parecida – vem do eslavo “ruda”, que significa metal.
Assim eles permaneceram por séculos, até o fim da escravidão dos rhomá, na segunda metade do século XIX. Quando as minas começaram a se exaurir e a atividade de mineração tornou-se insuficiente para a manutenção do sustento, eles foram obrigados a buscar outros ramos de atividade – tornaram-se fabricantes de utensílios de madeira. O outro nome pelo qual são conhecidos, Lingurari, também deriva do romeno e quer dizer “fazedores de colher” (certamente colheres de pau).
Por causa da proximidade visceral com não-ciganos falantes do romeno, os Boyásh acabaram por perder completamente o romani. Apenas muito mais tarde, no contexto já das migrações, alguns grupos vieram a reaprender o idioma, no contato com rhomá de outras partes do mundo. Em virtude disso, o apelido que lhes foi colocado pelos outros rhomá, kashtale (carpinteiros), figura até hoje no romani como uma expressão para pessoas rhomá que não falam o romani. Hoje em dia, a maior parte dos Boyásh que vivem em regiões periféricas da Romênia fala um dialeto arcaico, diferente do romeno, com muitos empréstimos de línguas circunvizinhas.
Após a abolição da escravidão do povo rhom na Romênia, em 1860, pequenos grupos de Boyásh emigraram para outras regiões da Europa, notadamente outras regiões dos Bálcãs, mas também para as Américas, África do Sul e Austrália.