terça-feira, 19 de novembro de 2019

A FAMíLIA DO CIGANO WLADIMIR

A FAMíLIA DO CIGANO WLADIMIR

Tudo que sabemos sobre a família do Cigano Wladimir é que, quando ele tinha três meses de vida, seus pais morreram. Sabemos que isso ocorreu em uma tragédia, mas não sabemos como ela se deu; isso é um mistério guardado a sete chaves
Sabemos que a família era numerosa, mas só escaparam da tragédia a Cigana Wlanira e seus irmãos gêmeos, Wladimir e Wlanasha. Foi Wlanira quem criou as crianças, dando-lhes o carinho e o amor de irmã e de mãe. Ela se juntou a um grupo de nômades e formou com eles uma só família cigana no mundo.


O tempo passou e os gêmeos cresceram. Ao completar 13 anos, Wlanasha casou-se com o Cigano Turmanof e, nos anos seguintes, teve três filhos: Ludimilha, Úrsula e Revek Turmanof
Seis anos depois do casamento da irmã, quando já contava 19 anos de idade, Wladimir veio a se casar com a Cigana Singuala, seguindo as antigas tradições e o ritual cigano. Após um ano de casamento, nasceu sua filha Raiza Singuala e, três anos depois, o menino Wladivisk, assim formou-se a família do Cigano Wladimir
Raiza Singuala não chegou a se casar, pois fez a passagem com 13 anos. Wladivisk também não formou família, pois desencarnou cedo, com 18 anos. Por coincidência, ele passou para o mundo espiritual no mesmo dia em que a irmã havia falecido anos antes
Os filhos de Wlanasha construíram novas famílias. Ludimilha casou-se com o Cigano Baruque e teve um filho que se chamou Landufo
Úrsula casou-se com o Cigano Nabel e deu à luz onze filhos. O primeiro foi Helânio. Depois vieram, pela ordem de nascimento, a menina Indra; o menino Latâncio; as meninas Urânia, Ruda e as gêmeas Nadja e Inajá; os meninos Narciso e Pompilho; a menina Romana e o menino Laio
Revek Turmanof casou-se com a Cigana Iudi, que deu à luz cinco filhos, na seguinte ordem: as meninas Roshana e Zarda, o menino Zuriel e as meninas Hosana e Islena
CIGANO WLADIMIR

Era moreno-claro, de olhos e cabelos pretos
SUAS ROUPAS
Wladimir usava roupas diferentes, conforme a fase da lua. O detalhe constante nessas roupas é que a calça era sempre da mesma cor do colete de veludo que ele vestia por cima da blusa. Na Lua cheia ele usava blusão vermelho com colete e calça azul-turquesa; na Lua crescente, blusão branco, colete e calça brancos rebordados com fios de prata; na Lua nova, blusão azul-turquesa, colete e calça vermelhos rebordados com pedras coloridas; e, na Lua minguante, blusão branco de mangas compridas, colete e calça marrons e uma faixa branca na cintura.
Em todas as fases da Lua ele usava na cintura uma faixa branca, na qual trazia o seu punhal de prata
SEUS ADEREÇOS
O lenço que Wladimir usava na cabeça era de cores diferentes, conforme a fase da Lua. Era azul na Lua cheia, branco no quarto crescente e vermelho na Lua nova
Na orelha esquerda ele trazia uma argola de ouro e, no pescoço, um cordão de ouro com um medalhão antigo de seu clã
SUA MAGIA
O Cigano Wladimir aprendeu a tocar violino com seis anos de idade. Hoje, quando chega à Terra como espírito,pede logo o seu violino e começa a tocar antigas músicas eslavas
Um detalhe importante: quem tem esse Cigano na aura não precisa saber tocar violino, pois, ao chegar, ele traz a essência da música. Esse é o mistério de Wladimir.
Trecho retirado do livro: “Ciganos do Passado, Espíritos do Presente – Ana da Cigana Natasha- PALLAS EDTORA.
Colaboração e Pesquisa: Silvia Maya.

Magias Ciganas

Magias Ciganas

Para vencer as dificuldades.
Compre 50cm de fita verde, 2 alfinetes de cabeça, um pouco de mel e 1 imagem de Santo Onofre, Depois na última sexta-feira do mês (se coincidir com a lua nova, melhor) faça um embrulho e coloque numa esquina.
Para vencer as dificuldades.


Compre 50cm de fita verde, 2 alfinetes de cabeça, um pouco de mel e 1 imagem de Santo Onofre, Depois na última sexta-feira do mês (se coincidir com a lua nova, melhor) faça um embrulho e coloque numa esquina.
Para o seu dinheiro render mais.
Escolha uma noite de Lua Cheia e, quando estiver sozinha(o), pegue a nota de dinheiro mais alta que tiver em sua carteira. Segure-a com as duas mãos em direção ao céu e diga: "Lua Cheia, senhora que viaja para o Oriente, quando voltares, traga bastante desta semente". Repita 03 vezes, dando 03 estalos na nota. A simpatia deve ser feita uma vez por mês sempre na Lua Cheia.
Para Atrair Clientes.
Numa noite de Lua Crescente, pegue um pedaço de papel branco de 30cm, e, escreva com tinta preta os seguintes dados e desta forma: na parte de cima do papel, do lado esquerdo, escreva o nome de sua empresa. Do lado direito, na mesma direção, o endereço, Na parte de baixo do papel, do lado direito, escreva o dia que seu comércio foi inaugurado e, do lado esquerdo do papel, o seu nome completo. Coloque o papel sobre uma mesa e em cada canto, coloque uma moeda de qualquer valor e acenda uma vela branca e marron no centro. Quando a vela se queimar todinha, retire as sobras e as moedas e jogue tudo no meio de uma mata bem fechada. Não esqueca de pedir licença aos espírito de luz para entrar e agradecer ao sair.
Para receber dívidas.
Pegue 01 pimenta malagueta, corte-a no sentido do comprimento e coloque dentro dela um pedacinho de papel vermelho, escrito o nome do devedor(a) com tinta preta. Enterre esta pimenta numa encruzilhada ou num jardim bem florido.
Para conseguir um emprego com mais facilidade.
Conte com a ajuda do Frei Fabiano e pegue 01 maça. Corte-a em 04 partes iguais e diga o seguinte: "Assim como cortei essa maça, estou cortando também o meu azar para que a partir desse momento, eu consiga o emprego que tanto quero". A seguir enterre as partes da maça em 01 vaso de barro. Plante uma muda de comigo-ninguém-pode e regue 01 vez por semana, rezando uma Ave-Maria e um Pai-Nosso.
Espada da Harmonia Conjugal.
Pegue uma rama de palma-de-santa-rita e escreva nela com algo pontiagudo, o seu nome e o da pessoa amada. deixe-a ao sol, secando, durante 07 dias, e, só depois queime-a tomando todo cuidado até virar cinzas.
Estas cinzas deverão ser colocadas numa vasilha contendo 03 litros de água fervida. Pegue a mistura e derrame sobre o corpo, do pescoço para baixo, após o seu banho normal, Enxugue o corpo levemente. Faça essa magia num dia de lua nova, depois das 08hs da noite. Não deixe de rezar uma prece que saia de seu coração para o seu anjo da guarda e jogue o que sobrou do banho num terreno baldio.
Para seu amor ter olhos só para você.
Pegue uma vela cor-de-rosa, escreva o seu nome e o do seu amado(a) nela e leve até uma igreja qualquer. Coloque no altar, acenda a vela e reza assim: "meu ele(a) é, e de mais ninguém. Com a Graça de Deus, do meu anjo da guarda, para sempre ele será. Amém!". Deixe a vela lá.
Para esquecer um amor antigo e se abrir para um novo amor.
Arrume 01 pedra de cor azul, coloque-a no bolso ou na bolsa e vá até uma igreja, num domingo. Ajoelhe-se e faça uma oração ao arcanjo Miguel. Ao sair, bem na porta, pegue a pedra na mão esquerda, olhe para o sol e diga assim: "Maravilhosos raios solaresque vêm do céu para aquecer a minha alma, façam-me esquecer esse amor antigo que tem atormentado a minha vida". Esta pedra será seu talismã a partir daquele momento, portanto carregue ela sempre com você. Quando esquecer devolva essa pedra à natureza e vá a mesma igreja e acenda uma vela azul ao arcanjo Miguel agradecendo a graça concedida.
Para encontrar o seu verdadeiro amor.
Acenda uma vela rosa e envolva-a com uma fita de cetim rosa, dando um laço, escreva uma carta para o seu Anjo da Guarda, dizendo: "Peço por Deus que me seja enviado o mais urgente possível o verdadeiro amor da minha vida. Terei fé de que serei atendida em meu desejo". Deixe a vela queimando com a carta ao lado. Quando ela terminar de queimar jogue os restos e enterre a fita e a carta em um vaso com flores bem bonitas na sua casa.
Para livrar-se da inveja.
No primeiro dia do mês, pegue uma rosa vermelha e coloque em seu quarto. Quando ela murchar, retire as pétalas e os espinhos e enrole em um pano vermelho. Guarde tudo embaixo de um tapete de sua casa por 07 dias. No início do oitavo dia ferva as pétalas com um pouco de açucar e 03 litros de água. Espere amornar e tome um banho com esse preparo, molhando principalmente a região da nuca. Pegue o resto do banho e coloque novamente junto com os espinhos no pano vermelho. Em seguida, embrulhe tudo em um pedaço de jornal de coloque num jardim bem bonito. Repita esse ritual no último dia do mês e mande a inveja embora de sua vida.
Para atrair felicidade em sua vida.
Na primeira noite de Lua Nova compre uma pirâmide pequena e embrulhe num pedaço de seda azul. Amarre com uma fita de cetim azul e deixe no sereno. Deixe a pirâmide absorver os primeiros raios de sol do novo dia e depois, coloque o embrulho dentro do seu quarto. Quando chegar em casa repita novamente o mesmo ritual do dia anterior, até a última noite da Lua Nova. Depois, retire a pirâmide e deixe em seu quarto, em um local bem visível para atrair a alegria. Jogue a seda e a fitinha num jardim bem bonito, mantenha segredo desse ritual.
Para manter sua saúde sempre em ordem.
Compre uma fita de cetim branca que tenha a sua altura. Com uma tesoura virgem, corte a fita em três pedaços iguais. mentalize que cortou todos os males que possa atingir sua saúde. Guarde as 03 partes embaixo do colchão de sua cama. Faça uma oração de seu coração pedindo proteção e boas energias para sua vida. Quando sentir sua saúde meio abalada pegue uma das fitas e corte novamente em 03 partes, com a mesma tesoura. Coloque tudo novamente embaixo do seu colchão e reze um Pai-Nosso e um Credo para sua saúde se restabelecer.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A HISTORIA DA POMBA GIRA CIGANA CLAUDIA

A HISTORIA DA POMBA GIRA CIGANA CLAUDIA


domingo, 27 de outubro de 2019

A HISTORIA DA ERE FLORZINHA DO ORIENTE

A HISTORIA DA ERE FLORZINHA DO ORIENTE


sexta-feira, 25 de outubro de 2019

A HISTORIA DO CIGANO WLADIMIR

A HISTORIA DO CIGANO WLADIMIR


A HISTORIA DO CIGANO PABLO

A HISTORIA DO CIGANO PABLO


A HISTORIA DO CIGANO IGOR

A HISTORIA DO CIGANO IGOR


sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Consagração do Azeite

Consagração do Azeite


O azeite é utilizado desde a Antiguidade, tanto como fonte de alimento como nos rituais e cerimônias religiosas, tendo a energia e o poder vegetal da oliveira como principio formador. Várias lendas narram o nascimento da oliveira, como a que diz ser ela o resultado de uma disputa, por um pedaço de terra, entre Poseidon (deus do mar) e Atena (deusa da sabedoria). Nessa disputa, Poseidon fez nascer o mar quando usou a força de seu tridente numa rocha. Atena, por sua vez, fez brotar a oliveira da terra e, por isso mesmo, foi a vencedora da contenda, segundo Zeus, ganhando a posse da terra. Daí em diante, os frutos dessa arvore serviriam de alimento e deles seria extraído um óleo sagrado que alimentaria e fortificaria o homem, aliviando as suas dores e as suas feridas. Outra lenda, contada pelos hebreus, narra que a oliveira nasceu no Vale de Hebron, quando Adão fez 930 anos e, pressentimento sua morte, lembrou que o Senhor lhe havia prometido o “óleo da misericórdia”. Então, um querubim enviou-lhe a semente da oliveira, que germinou na sua boca após a sua morte.

O azeite é uma fonte de extremo poder, pois é a somatória de forças regentes da Natureza. Não é restrito somente a esta ou aquela religião, e se qualquer religião se diz detentora do poder do azeite é porque, no mínimo, não está usando e não saber usar desse poder ou seus dirigentes estão agindo de má fé e ludibriando pessoas incautas, pois o azeite é um elemento tão sagrado que nos remete a eras da Antiguidade religiosa. Além disso, todos sabem que existe somente um “Deus Pai”, independente da religiosidade e da religião de cada pessoa neste mundo.
Na Antiguidade, o óleo estava associada a força de Deus e era utilizado a força de Deus e era utilizado para curar os doentes. Jesus, quando de Sua passagem em nosso mundo, falava que o bom samaritano recebeu óleo em suas feridas. A Unção dos Enfermos utiliza o óleo sagrado, como sinal de Cristo, que alivia a dor e restitui a vida. Cristo foi ungido com óleo sagrado, por Maria Madalena, depois de sua morte. O azeite também faz parte dos sacramentos: batismo, crisma e extra unção. O corão também traz referencias a utilização do óleo.
O sacerdote, após consagra-lo para diversos usos dentro do campo natural de atuação na utilização religiosa, adquire também uma variedade de outros elementos, como pedras, minerais, outros tipos de vegetais e rizes, energia solar, energia lunar, etc. Com estas energias, ele amplia o seu poder através dos quatro elementos básicos da formação: fogo, água, terra e ar, alem do quinto elemento, o éter. Após a consagração, este óleo pode ser utilizado em batismos, casamentos, cerimônias religiosas, funerais, equilíbrio dos chacras, fechamento de buracos energéticos e portais magísticos negativos, selo de proteção para casas e ambientes e também de automóveis, exorcismo, desobsessão, retirar ovoides, miasmas, fios energéticos, fluidos negativos.
O azeite consagrado tem como função básica a purificação, alem de dar movimento ao que está parado, pois, onde o óleo corre vai limpando e movimentando, voltando o que está bloqueado ao seu status natural. Vale lembrar, também, que o azeite consagrado abre outros portais de acordo com os elementos que estão acrescentados nele. Esses portais que são abertos pelo azeite consagrado, são utilizados pelos guias e mentores espirituais tanto para resgatar como para encaminhar espíritos e entidades afins. Ao entrar em contato com a pele e ser absorvido pelo corpo, azeite forma uma energia diluidora e equilibradora, dando movimento ao fluxo energético de quem o estiver usando, voltando essa mesma pessoa a normalidade energética e vibratória.
Quando utilizado em objetos, como batente de janela ou portas, o azeite consagrado cria um filtro absorvedor e diluidor de todo e qualquer negativismo que passar por ele. No astral, causa queimaduras nos obsessores, retendo-os nesse mesmo filtro, até serem encaminhados pelos mestres e guias espirituais, cada um para o seu lugar de merecimento.

SIMPATIA CIGANA PARA ATRAIR PROSPERIDADE

SIMPATIA CIGANA PARA ATRAIR PROSPERIDADE


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Simpatia é um tipo de magia popular, passada oralmente de geração para geração. Algumas são corruptelas de feitiços muito antigos, outras permanecem em essência como magias poderosas.
É perfeitamente possível transformar uma simples simpatia em uma magia poderosa e eficaz. Afinal, as simpatias carregam consigo a força da fé das pessoas, que reconhecem seu poder e as preservam ao longo dos tempos. Além disso, por ser usada freqüentemente por muitas pessoas, elas ficam gravadas no inconsciente coletivo e impregnadas pela energia emanada por todos aqueles que as praticam.
Ao praticar qualquer simpatia, saiba que você está invocando a força que vem da fé de milhões de pessoas. Você está cercado por essa energia, capaz de transformar qualquer situação. Por isso, aja sempre com repeito e ajude a preservar essa força, ensinando a simpatia a outros e propagando-a.
SIMPATIA CIGANA PARA ATRAIR PROSPERIDADE
1 Pote de vidro ;
7 punhados de arroz cru;
7 punhados de feijão cru;
7 punhados de lentilha;
7 punhados de semente de girassol;
7 punhados de grão de bico;
7 punhados de milho grão;
7 punhados de canjica branca;
7 folhas de louro;
7 pedaços de canela em rama;
7 moedas de maior valor;
1 vela de 7 dias amarela;
Mel.
Pegue o pote de vidro e comece a colocar dentro os grãos, formando camadas.
Por cima dos grãos coloque as sete folhas de louro, sete moedas de maior valor e os sete pedaços de canela em rama.
Regue tudo com mel.
Coloque este Pote Simpatia no centro da mesa onde é feito as refeições da família e acenda a vela de 7 dias Amarela em um Pires na frente.
Ofereça ao Povo Cigano e faça a seguinte oração:
“Santa Sara Kali, rainha dos ciganos, poderosa e bondosa mãe cigana, ouve minha prece, tenho necessidades materiais, tenho uma vida no mundo da matéria, preciso de ajuda minha santa! Ajuda-me com seu poder mágico, abre meus caminhos para prosperidade, oh amada rainha cigana! Eu te louvo oh Santa Sara Kali! Povo cigano do mundo espiritual, ajuda-me em minhas necessidades (falar a necessidade)
Amém.”
Após 7 dias, todos os itens podem ser colocados na terra, em um jardim ou vazo de planta. As moedas devem ser usadas para comprar Pão para a família.
Caso queira, o pote de vidro poderá ser guardado para refazer a simpatia quando sentir a necessidade.
AXÉ IRMÃOS!

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

A HISTÓRIA DA CIGANA SARA MENINA

A História da Cigana Sara Menina.

Foi numa noite de luar que a vi,
noite bela de céu estrelado,
sem pensar parei perto de ti,
com sua dança me deixou encantado.

    Menina Cigana ou Cigana Menina,
a ti peço para ler a minha mão,
ela a mim chegou e apenas sorria,
Cigana tão linda me dê proteção.

    No Céu estrelado a Lua a Brilhar,
na minha mão a sua mão tão pequenina,
encanta com fascínio a quem dela se aproximar,
Bela Cigana linda rainha Sara Menina.

    A linda Ciganinha Sara Menina, tem sua história encarnada em
várias regiões do Brasil., pois seu povo nômade por estar sempre a
viajar sem paradeiro, tinha a felicidade de conhecer várias e várias
regiões por todo o mundo.

    Essa Ciganinha era muito sorridente, tinha o dom da quiromancia
(arte de ver o futuro das pessoas pelas linhas da palma da mão), tinha
o frescor das flores, a leveza dos ventos no qual fazia dessa Cigana
uma dançarina sem igual. De pouca idade e com uma face digna de uma
princesa, a Cigana Sara Menina chamava a atenção em todos lugares que
estava, e tanto Ciganos ou Gadjos ficavam encantados com tanta beleza
daquela Cigana de olhar infantil.

    Logo que entrou na adolescência, a jovem Sara foi apresentada como
a mais nova futura noiva de algum Cigano, que deveriam ser levados
pelos pais até o pai da Ciganinha, a vontade de desposá-la, tendo que
para isso demonstrar as suas riquezas, pois aquele que mais tivesse
bens, seria o escolhido para ser o futuro noivo da menina.

    Mas na mente da menina Sara, não era justo essa colocação sobre a
vida dela. Ela tinha sonhos, vários sonhos, e entre esses sonhos, o de
se casar por amor, o de poder escolher a pessoa que iria acompanhá-la
pelo resto da vida, fora que ela se achava extremamente nova na idade
para ter um compromisso desses.

    Sara também tinha outros sonhos, o de ser tão respeitada como sua
Madrinha, uma Cigana de meia idade, que era a senhora das porções
mágicas, a que ajudava a todos, a que não era submetida as vontades
dos homens do clã, pois fazia o que desejava, na hora que desejava,
sem que o chefe de seu povo mostrasse insatisfação com isso.

    Sara queria ser independente assim como sua madrinha, e dessa
madrinha que aprendeu muitas e muitas lições sobre o mundo oculto e
espiritual dos Ciganos. E com isso ela percebeu que poderia mudar seu
destino, não que não se orgulhasse de sua mãe e de todas as outras
Ciganas, que realizavam um trabalho constante e duro que era feito nos
acampamentos, mas ela achava que poderia fazer muito mais, poderia
fazer a diferença, poderia ajudar muito mais com sua benevolência,
sua magia, seu carinho e seu amor para com todos os semelhantes,
sendo Ciganos ou Gadjos.

    Com acerto entre famílias, a Cigana Sara Menina teve seu
pretendente escolhido, era um jovem rapaz que tinha orgulho de seu
povo, e orgulho maior de suas tradições, entre elas a de fazer a
da esposa uma mulher submissa, que deveria seguir as ordens e a
vontade do marido, ser a guardiã dos filhos, e se submeter as ordens
não só do esposo mas também de toda a família dele.

    O pai de Sara gostou do acordo feito e ordenou que o entrelace
deveria ser feito dentro de 3 meses, e que todos deveriam se preparar
para a festa, que duraria ao menos 3 dias.

    Sara entristecida mas obediente aceitou sem mencionar a sua
verdadeira vontade, a vontade de ser livre, de ajudar a quem
necessitava, de fazer a caridade.

    Tudo aquilo ligado ao seu povo era muito pequeno para os sonhos da
menina, mas ela acreditava que não teria como fugir de seu destino.

    Certo dia Sara teve que ir ao encontro de uma velha Cigana, Cigana
essa que fazia as imantações, fazia os ensinamentos, fazia as regras
que uma jovem Cigana, que estava prometida em casamento a um Cigano,
deveria entender e fazer tudo conforme o ensinado e determinado.

    Entre essas lições, ela tinha que aprender a abordagem a pessoas
dos arraiais próximos, para que assim fosse demonstrado seu dom de
quiromancia, vidência, mostrar que estava preparada a falar do
passado, presente e futuro de alguém, ao troco de algumas moedas, ou
joias, sendo esses rendimentos levado ao esposo, como forma de
gratidão por ele a tê-la desposado.

    E assim foi feito pela menina Sara, sendo olhada de longe por sua
mestre de magias, ela se infiltrava no meio do povo, que demonstravam
um certo receio de chegar perto da pequena Cigana.

    Nesse momento ela sente alguém segurar em seu braço. com um leve
sobressalto ela olha fixamente em direção a pessoa que ainda estava a
segurando.

    Era um rapaz branco, de sorriso leve, olhos brilhantes, tinha suas
vestes surradas, e que logo foi lhe perguntando se ela poderia ver
seu futuro.

    A menina com um olhar desconfiado, mas um tanto encantada com o
rapaz, respondeu que sim, poderia mas queria algumas moedas em troca.

    Após o acordo feito ela pegando na mão do gadjo, começou a falar.

    "Você é um moço guerreiro, vive para e pela caridade. Tem no
sangue a vontade de justiça, e está aqui de passagem. Terá muitos
inimigos, mas terá muitos que vão guardar seu nome, seu rosto, seu
carinho e sua caridade até os últimos dias de vida. Não terá ouro nem
prata, mas terá a benção do Pai Maior em sua evolução espiritual. Sua
vida parece não ser longa, assim como longa também não será a vida de
sua companheira de jornada. Vejo sangue, muito sangue em seu caminho.
Desamor, injustiça, morte. Vejo crianças mutiladas, grandes crateras
tomadas por corpos inertes. Vejo você chorando. Vejo você abraçado a
uma moça, seu rosto não aparece. Ela parece chorar. Dois grupos estão
tentando eliminar vocês. Estão abraçados. Gritos, armas de fogo, armas
brancas. Vocês..."

    O rapaz atento pergunta: "Vocês?"

    Ela entristecida cerra os olhos, se cala, e diz: "Acho que estou
enganada. Desculpe, tome de volta suas moedas." E sai em disparada,
sem que o gadjo consiga a alcançar no meio da multidão.

    A menina Sara vai de encontro com sua mestre nas magias Ciganas,
em desespero pedindo para que voltassem ao acampamento. A mulher
Cigana a olha no fundo dos olhos e diz a pequena assustada que a vida
as vezes prega peças grandiosas, e que aquele momento tinha se criado
uma nova era para a pequena, daquele instante para frente muitas
coisas poderiam mudar, ela poderá conhecer novos horizontes e novos
caminhos, novas pessoas e novas caridades, novas alegrias e novas
tristezas, novos sentimentos, como o puro amor e a dor do ódio, poderá
entender e até ultrapassar a linha da vida com a da morte.

    Dizendo isso a Cigana que era a dona das magias pega na mão da
menina e a leva a passos largos para o acampamento, pedindo a ela que
rezasse, orasse e clamasse a Santa Sara Kali por proteção e luz na
hora de sua caminhada de aventuras e de dor extrema.

    A menina ainda sem entender muito bem todas aquelas palavras da
velha Cigana, fez o que lhe foi mandado. Contudo uma coisa ainda a
perturbava a mente entre uma oração e outra. E era a imagem do jovem
gadjo, a imagem de seu sorriso, a imagem de seu olhar.

    Sete dias se passaram, e numa tarde de primavera, Sol em alta, céu
azul cintilante, a jovem Sara foi aos pés da cachoeira se banhar, e no
caminho se depara com o gadjo, que tanto lhe chamou atenção.

    Ela se afasta um pouco das outras Ciganas, e por entre as árvores
para diante do rapaz.

    Após um pequeno diálogo, ela sente-se eufórica, feliz como nunca
havia se sentido antes. Sabia que era um sentimento que jamais
sentira, e sabia que era algo relacionado com a presença do gadjo.

    A partir desse dia os encontros se tornaram frequentes, dia após
dia a menina Sara conseguia escapar das vistas das Ciganas, do
acampamento e das correntes de seu clã para ir ao encontro do jovem
rapaz.

    Muitas eram as conversas, muitas eram as aventuras contadas pelo
rapaz. Ele era uma pessoa caridosa, tinha nas veias o sangue de um
guerreiro, que se importava com tudo e todos. E foi numa dessas
conversas que o jovem conto a menina sobre seu trabalho árduo de
libertar, acalentar, cuidar, proteger crianças órfãs judias e nômades,
que eram caçadas pelos atrozes homens da guerra.

    Sara se encantou com tudo isso, e decidiu que esse era o caminho
para demonstrar sua caridade. Desejava fortemente fazer parte desse
trabalho. Decidiu abandonar seu clã, suas tradições, seu pretendente,
sua vida cigana. Sentia no coração a chama da caridade. Seus olhos
brilhavam, seu coração pulsava rapidamente.

    Após uma longa conversa, os dois decidiram, partir para longe do
clã, em busca de auxiliar essas crianças. E assim foi feito.

    Durante algum tempo resgataram as crianças órfãs, levando-as para
esconderijos, dando-lhes alimentos, medicamentos, proteção e amor.

    Sara e o jovem gadjo, apaixonados, faziam juras de amor entre si.
E juntos planejavam novos resgates de crianças em campos de
extermínio, que eram usados pelos homens da guerra para assassinar
esses seres inocentes.

    Soldados nazistas que espalhavam um ódio sem limites, começaram a
perseguir o jovem casal, principalmente após saberem que era uma
Cigana que estava indo contra as ordens sangrentas dadas pelo primeiro
escalão da guerra.

    Muitas perseguições passaram a acontecer sobre o casal. Sara que
tinha a vidência Cigana, conseguia analisar e escapar de tantas e
tantas emboscadas. Mas com a mente voltada para tantas e tantas
covardias feitas pelos soldados nazistas, Sara se fixou somente a
esses atrozes, esquecendo-se de seu antigo prometido a entrelace.

    O jovem Cigano que antes tinha a menina Sara como prometida, não
poderia aceitar, pelas suas tradições, que sua futura esposa o
deixasse, que ela descumprisse o acordo firmado entre as famílias, que
ela fugisse do acampamento sem dizer nada. Ele estava desonrado, e só
teria um modo de voltar a ser respeitado dentro do clã. A morte de
Sara.

    Ele partiu em busca de limpar sua honra, principalmente após
descobrirem que a jovem tinha fugido com um gadjo. Ambos deveriam
morrer.

    Meses e meses se passaram, a guerra continuava, milhares de
crianças judias e nômades foram salvas pelas mãos do jovem casal. E o
Cigano que buscava pela justiça não desistia de encontrar a menina
Sara e seu amor proibido.

    Até que certo dia, em uma das milhares de fugas, Sara e o jovem
gadjo se encontraram encurralados pelos soldados do mal. Em uma
pequena clareira cercados por uma dezena deles, o casal não sabia o
que fazer. Vendo o ódio nos olhos dos soldados, Sara se lembrara das
palavras da velha Cigana no dia em que encontrou o jovem gadjo pela
primeira vez, lembrando-se também das suas próprias palavras ao ler as
linhas da mão do jovem que lhe trouxe tantos sentimentos lindos.

    Ela sente lágrimas rolarem em seus olhos. Sabia que o fim estava
próximo. Sabia que era o momento de se separar de seu amor, o momento
de não mais poder fazer a caridade para aquelas tão sofridas crianças.
Lembrou que ela mesma ainda era uma criança,.

    Olhou para o rosto sofrido de seu amado, escutou um estampido de
arma de fogo, viu o sangue do gadjo nascer do seu peito, viu o ultimo
sorriso tímido do rapaz para ela, viu seu corpo caindo inerte ao chão,
viu a morte chegando e levando a alma límpida do rapaz.

    Em sua volta soldados de armas em punho, gargalhavam a morte do
rapaz. Ela cai de joelhos, e no seu silêncio mental e entimo clama
por sua Amada Santa de devoção, a linda Santa Sara Kali, pedindo-lhe
que acolha o espírito de seu amado, que a proteja, e que sua dor dessa
perda sendo maior que a dor de seu próprio desencarne, ela pede
humildemente que a morte também a levasse, pois acreditaria que
nunca sentiria uma dor tão grande, como a dor de ver aquele jovem
rapaz com seu corpo ao chão banhado de sangue, o sangue do heroísmo e
da coragem de lutar em favor da caridade feita as pobres crianças
órfãs. As crianças que também deveriam ser eliminadas pelo terror da
guerra, se esse jovem gadjo não tivesse entregue sua própria vida para
tentar salvar, uma a uma desses pequenos seres que estavam morrendo,
sem ao menos entender o porque.

    A pequena Sara de cabeça baixa em suas orações, por um instante
ergue os olhos já esperando pela sua morte pelas mãos dos sangrentos
soldados, que já se preparavam para atacar a jovem, quando sem que
esperassem foram atacados por um grandioso grupo de Ciganos,
liderados pelo jovem Cigano que um dia a menina Sara fora prometida
por seu pai.

    Nesse ataque inesperado, muitos soldados desencarnaram, assim como
alguns Ciganos, mas como o número de Ciganos era maior, os soldados
nazistas bateram em retirada, tentando salvar a própria vida.

    O jovem Cigano chegando ao encontro de Sara, ergue-lhe as mãos
para auxiliar que ela se levantasse do chão empoeirado e com sangue a
todos os lados.

    Sara se encontrava ilesa, apesar da grande luta entre Ciganos e
Soldados, mesmo ela ao centro de todo acontecimento, ela não tinha
nenhum ferimento aparente, a não ser de seu coração dilacerado pela
perda de seu jovem gadjo.

    Os Ciganos rapidamente saíram do local em questão, pois era certo
que soldados retornariam para uma vingança sobre os seus atrozes
atacantes. Sara fora levada junto, mesmo desejando ficar, pois o corpo
de seu amado ainda se encontrava no local, que nesse momento estava
rodeado por curiosos e alguns aproveitadores, tentando pegar algo de
valor nos bolsos do jovem falecido, sem o menor constrangimento e o
menor respeito.

    Sara ao ver o que se passava, tentou se livrar das mãos dos
Ciganos que a puxavam fortemente para que ela acompanhasse o grupo. O
jovem Cigano, sem esboçar um só gesto facial, continuava seguindo a
frente de seu grupo, como que se as ações da menina Sara não lhe
chamasse atenção.

    Sara partiu chorando copiosamente, presa nas mãos de outros
Ciganos, como uma verdadeira prisioneira. E assim partiram em direção
do acampamento de seu povo.

    Ao chegar ao acampamento, o Cigano na qual a menina Sara era
prometida, manda reunir todos os clãs, que ali se encontravam para os
festejos do casamento de ambos.

    Os Ciganos se reuniram na clareira, onde estava uma grande
fogueira acesa, que na tradição daquele povo, era para iluminar o
futuro casal, para terem fartura, saúde e tudo mais que um jovem
casal Cigano buscava ao se entrelaçar matrimonialmente.

    Os pais e todos os familiares da menina Sara se encontravam em um
único canto do acampamento. Eles, ainda desonrados pela fuga de Sara
com um gadjo, não compreendiam o aceite do jovem Cigano, que mesmo
após a desonra, ainda fora buscar sua ex pretendida, e fazia todas as
honras que uma jovem Cigana receberia no dia de seu matrimônio.

    Mas algo estava incomodando, não só a Sara, mas a todos do
acampamento. O jovem noivo, diferentemente de outros Ciganos que
sorriam, dançavam, cantavam as músicas lindas ciganas, bebiam
festejando os noivos, ele apenas fixava seu olhar a Sara, sem dizer
uma palavra, sem esboçar um sorriso, demonstrando em seu olhar um ódio
grandioso por tudo que tinha ocorrido.

    Sara por sua vez, sem receio fixou o olhar nos olhos do rapaz, e
pausadamente diz com a voz um pouco rouca, ainda abafada pelo choro e
pela dor de perder seu amor.

    "Sei que seu ódio é maior que seu amor. Sei que toda essa festa é
para você demonstrar seu poder, e o poder de sua família diante de
nosso povo. Sei que essa noite irei ao encontro de meu amado. E sei
que esse amado não é você. Se você acha que me tirando a vida estará
me fazendo mal, está enganado, pois você não pode me tirar algo que já
não tenho mais. Minha vida se foi juntamente com a vida de meu herói,
herói que deu sua própria vida pela vida de crianças que ele nem
conhecia, coisa que você nunca faria. Pois você pode se considerar um
guerreiro Cigano, mas nunca chegará a ser um herói, pois só busca a
guerra, e a guerra apenas de seus interesses. Você nunca será um
herói, apenas um Cigano desonrado. Sei que vai me matar, não sei
quando, mas sei que vai. Vejo sangue, vejo ódio, vejo sua falsidade em
seus olhos. Mas estou em paz, pois vejo minha Santa Sara me
protegendo, me levando, me mostrando um caminho para que continue
minha caridade a meus semelhantes, coisa que seu egoísmo nunca o
deixará fazer."

    Ouvindo essas palavras o Cigano jovem, se levanta, vai até o
centro do acampamento, chama a atenção de todos, a música para, o povo
se silencia, a família de Sara se aproxima a pedido do rapaz.

    Ele com um tom de voz firme, mas um tanto irônico, começa seus
dizeres, que após alguns dias de buscas, cá estava ele pronto para seu
casamento com a jovem prometida. Pede para dois Ciganos trazerem a
menina Sara, que chega até junto do rapaz. Ele com os olhos vermelhos
de ódio, esboça um leve sorriso, dizendo: "Você Sara, está prometida a
mim, seu pai fez o acerto com o meu, não tem como fugir de seu
destino. Esteve distante por algum tempo, mas agora está aqui. Você é
minha, e eu determino o que será de seu futuro."

    Sara com um olhar serio mas sereno diz ao Cigano: "Meu destino
está nas suas mãos. Minha vida lhe pertence até o brilhar de sua
adaga pelo clarão da Lua e de sua covardia. Estou em suas mãos aqui,
mas logo estarei nas mãos e na proteção de Sara Kali, onde poderei
voltar a ser feliz fazendo o bem e sem precisar me esconder dos homens
da guerra e Ciganos do mal."

    O Cigano fecha o semblante, retira de seu bolso um anel de ouro,
tendo esse anel um detalhe de estar quebrado, que dentro das tradições
e crenças ciganas significa que o compromisso não existe mais. Mas
mesmo assim ele o coloca no dedo de Sara, enquanto todo povo não
compreende as verdadeiras intenções do Cigano.

    Ele abre um sorriso irônico, abraça a menina Sara, e nesse abraço
tira sua adaga da cintura e crava nas costas da Cigana sob o olhar
atônito de todos que ali se encontravam para acompanhar o casamento.

    Ele ainda abraçado ao corpo de Sara, diz em seu ouvido: "Esse é
meu presente para você, a minha prometida, estou livrando a ti de
passar o resto de sua vida com um homem que você não ama, que você não
admira, que você não vê como um herói. Meu presente para você é a
morte"

    Sara, sentindo seu sangue ser perdido, as forças sendo
exterminadas, a dor que percorria todo corpo, sussurra baixinho a seu
atroz assassino dizendo: "Agradeço seu presente, perdi a vida, mas
ganhei a luz em poder evoluir ajudando a quem necessita, ganhei a
felicidade de poder estar junto com minha amada Santa Sara, ganhei a
benção de poder tirar essa dor de não estar com quem realmente me
mostrou a verdadeira caridade, ganhei a liberdade de poder caminhar
sem ser escrava de um Cigano covarde que não sabe o significado da
palavra amor. Só posso dizer-te, muito obrigado."

    Ele retira a adaga das costas de Sara, e ela cai ao chão, inerte,
mas com um semblante calmo e sereno. Ele olha suas próprias mãos com o
sangue da jovem, se desespera, grita, se joga ao chão, abraça o corpo
da menina sem vida, e vendo que ela não responde seus apelos, se
levanta em um desespero extremo, vai para o centro da fogueira, salta
para dentro das chamas ardentes, e com a adaga na mão a insere em seu
próprio peito já em chamas.

    Seu corpo queimado desaparece em meio das chamas. Ciganos e
Ciganas sem saber o que fazer, apenas olham com um olhar atônito, os
familiares gritam pelo seu nome, mas o rapaz nesse momento já se
encontrava morto.

    A noite com o clarão da Lua, fica mais clara com um grande feixe
de luz, que saia das estrelas vindo ao encontro com o corpo da menina
Sara. Desse feixe os Ciganos boquiabertos, viram a imagem da Santa
padroeira daquele povo, e claro da jovem menina, essa imagem desce
até o local que Sara se encontrava, e diante de todos, a imagem de
Santa Sara Kali retorna levando pelas mãos o espírito da menina Sara,
uma espírito iluminado, que demonstrava sorrir, roupas claras, e em
sua mão esquerda o anel de ouro partido.

    O feixe de luz foi se desaparecendo, enquanto muitos Ciganos
caíam de joelhos em orações, outros choravam a partida da menina, e
outros rogavam proteção.

    Sara Menina a partir desse dia foi conduzida ao reino de Entidades
de Luz, e hoje trabalha em prol da caridade em terreiros de Umbanda,
trazendo ensinamentos, pedindo proteção as crianças, mostrando os
males da guerra, os males do ódio, os males que todos seres humanos
buscam com seus sentimentos mesquinhos e intolerantes, sendo esses
seres humanos de todas as raças, etnias, posição social, modo de
pensar, seja eles Ciganos ou Gadjos.

    Que a Cigana Sara Menina nos proteja, nos guarde e nos mostre como
podemos evoluir para um caminho de luz que nos leve aos braços do Pai
Maior.

    Saravá a Cigana Sara Menina!

Opchá Povo Cigano!

Carlos de Ogum.