quarta-feira, 14 de julho de 2021

Cigana Magdalena

 Cigana Magdalena


Pode ser uma ilustração de 1 pessoaA linda Cigana Magdalena, que para algumas pessoas é conhecida como Madalena, era uma cigana de um povo com origem árabe. Ela juntamente com seu povo viajou por todo Oriente Médio e Índia, e nessas viagens ela, por ser muito observadora, aprendeu como se comunicar serenamente dando a quem precisava de um caminho numa dificuldade sempre a melhor resposta.


Magdalena era conhecida dentro de seu clã como a conselheira, a profunda sabedora e educadora das jovens ciganas, que buscavam com ela o entendimento das regras ciganas, o conhecimento das magias, e a tão sagrada sabedoria da quiromancia, que é a arte de adivinhar o futuro das pessoas pelos exame das linhas das mãos. Magdalena tinha em seu sangue o dom de encantar com sua dança, que a fazia plainar como plumas ao vento, fazendo assim ser envolvida em olhares maravilhados de todos que acompanhavam seu bailar, tanto nos acampamentos dentro de seu clã, como para o povo de algum vilarejo, na qual ela se apresentava juntamente com um ou mais Zíngaros, enquanto seu povo fazia coleta de doações, demonstrações de pequenas magias, quiromancias e todas as relações de ciganices.

Por volta do século XIV, muitos desses povos Nômades entraram na Europa, em busca de difundir sua cultura cigana e em busca de melhores oportunidades para suas ciganices. E em um desses povos ou Clãs, se encontrava a bela Cigana Magdalena, que com seu sorriso cativante, seu olhar fixo e firme, sua pureza nas palavras e seus dons de magia e quiromancia, logo chamou atenção de poderosos reis por toda a Europa, fazendo que ela fosse solicitada nos grandes reinos, para que assim demonstrasse toda aquela beleza que já encantava a muitos Gadjôs e fazia sonhar as belas moças de diversos reinos com suas previsões sobre amores e entrelaces com lindos príncipes.

Com essas apresentações e ensinamentos, a Cigana Magdalena, se fez ser diferenciada por sua casta, pois sempre foi muito bem recompensada pelos poderosos reis como quando solicitada, ou para demonstrar suas magias, ou para dizer o futuro de nobres princesas através de suas previsões pela quiromancia, ou mesmo para demonstrar sua magnífica leveza ao dançar ao som dos violinos dos Ciganos Zíngaros.

Mesmo sendo de uma casta maior que a maioria das ciganas do clã em que Magdalena fazia parte, isso não a afastava das outras, pois Magdalena sempre ficava fascinada com as histórias e ensinamentos das velhas ciganas, e sempre tinha muito que dizer e ensinar as adolescentes que estavam já prometidas ao entrelace matrimonial.

A doce Cigana Magdalena, com seu coração sempre aberto a solucionar conflitos dentro de seu clã, ficou vista como caridosa, gentil e amável. Por esse motivo ela hoje é vista dentro da Religião Umbandista, como a "Cigana Conselheira", a que ajuda em casos de aconselhamentos amorosos, a que tem uma resposta em momentos de aflição, a que tenta encaminhar as moças a um caminho de luz, fidelidade e amor com o próprio corpo, não aceitando que suas protegidas sejam promíscuas. Enquanto encarnada, Magdalena tinha a grande responsabilidade com as pequenas jovens ciganas, dentro da Umbanda, espiritualmente se faz o mesmo papel, com seu sorriso cativante, suas palavras serenas, suas cobranças por castidade e pudor, a faz ser conhecida como "a Mãe de Muitas Filhas", assim como era vista dentro de seu clã.

Magdalena era bela, forte, sensível, terna. Quando precisava também sabia chamar a atenção, mas sempre de forma positiva.

Ninguém conseguia esquecer sua dança. Ela era assim lembrada pelo seu povo: Como mãe, amiga e mulher.

Vem cigana Madalena, com safiras no olhar, tua saia vermelha esvoaça, vem me ensinar a dançar.

Quando danças teu véu esconde, um misterioso enigma, de quem muito já viveu, aprendendo com a vida.

Sois um misto de tudo, mãe, amiga e mulher, tens a ironia divertida, de quem sabe o que quer.

Sois dona de um perfume, raro, suave e sedutor, perfume que a tudo encanta, o teu nome é AMOR.

Saravá a Cigana Magdalena!!!

umbandayorima

Cigana do Espelho

 Cigana do Espelho


Pode ser uma imagem de 2 pessoasDiziam ser a mulher mais bela da Província de Mengávia.
Era casada e amava seu esposo.
Sempre lhe foi fiel.
Com os boatos de sua formosura , as mulheres do local começaram a sentir ciúmes e ao se dirigir ao mercado , era humilhada , desprezada e ninguém queria atende-la.
Triste , se confinou em casa e seu esposo passou a fazer as compras.
Quatro meses depois , seu esposo morreu dormindo e a Cigana do Espelho foi obrigada a sair às ruas.
Os homens que a cortejavam , ficaram esperançosos em serem escolhidos por ela.
Deste forma , as mulheres ficaram com raiva e a maltrataram cada vez mais.
Em pouco tempo , ela veio a falecer por má-alimentação e depressão.
Com a noticia de sua morte , as mulheres foram conferir o fato e não a reconheceram.
Estava feia com uma película sobre o rosto , parecendo deformada.
As mulheres acharam engraçado e zombaram de sua desgraça.
Porém , fatos estranhos começaram a acontecer.
Mulheres apareciam mortas sem motivo algum e sempre diante de um espelho.
Um homem , com receio de perder sua esposa , a acompanhava em todos os locais.
Em uma noite , ao se dirigir ao banheiro , demorou a sair e seu esposo abriu a porta.
Se deparou com a esposa se admirando no espelho.
Mas a imagem era da Cigana e não dela.
E a Cigana sorria para ela.
Dentro do espelho , uma beleza irretocável.
Fora dele , uma mulher definhando.
O esposo ficou desesperado e saiu correndo , deixando sua esposa inerte caída no chão.
A Cigana do Espelho protege a todos que sofrem qualquer tipo de preconceito , por parte de aparência.

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terça-feira, 13 de julho de 2021

O FOGO E OS CIGANOS!!

 O FOGO E OS CIGANOS!!


Pode ser uma imagem de fogo e ao ar livreOs Ciganos acreditam que o FOGO queima a negatividade e ilumina a positividade.

Este elemento é o grande companheiro dos ciganos. Por um lado porque a fogueira esquenta as noites frias e para cozinhar os alimentos, mas a maior tradição foi trazida das cerimônias hindus que sempre envolvem o fogo.

Segundo a tradição, quando uma cigana estava tendo um bebe, a família acendia uma fogueira na porta da tenda. Hoje, quando o parto acontece em hospital acostuma-se acender uma vela de cera.

Para resolver bem as situações e trazer harmonia à família, as casas ciganas costumam acender uma fogueira, e sempre que acendem um fogo, pode ser uma fogueira ou uma vela, sempre se observa a chama para ver a mensagem que ela traz.

Veja o significado:

Chama é grande, longa, vibrando sem alternâncias: representam que as energias que foram invocadas na cerimônia estão presentes.

Chamas altas: representam ascensão e são sempre sinais positivos.

Chamas baixas: representam estagnação, um tempo de espera ou de resultados negativos caso tenha se feito uma pergunta. É um sinal negativo.

Chamas baixas e para a direita: indicam que a pessoa ou a cerimônia estão com proteção.

Chamas altas para a direita: indicam respostas muito positivas e futuro com fartura.

Chamas para a esquerda: pedem para deixar que o passado siga seu caminho e para tomar cuidado com a impulsividade.

Chama da vela subindo e baixando fazendo a vela chorar: indica que deve-se tomar cuidado com o que se perguntou, pois é necessário que se amadureça mais a questão e que se evite o contato com situações ou pessoas perigosas.

Chama que se apaga repentinamente: todo cuidado é pouco com relação a acidentes e assaltos.

Atenção:

O fogo deve ser respeitado, principalmente o fogo mágico. Nas tradições diz-se que à pessoa que cuspir no fogo, ou que zombar dele, nascerão empolas na boca ou na língua. Com efeito, essas empolas nem sempre são de natureza física, pois o corpo astral também é vulnerável às ações desarmoniosas. Da mesma forma, se cravarmos fortemente um tição no fogo, poderemos ferir a entidade que ali se encontra.

O fogo é responsável pelo processo de limpeza rápida dentro do culto. O grande poder do fogo é indicado em vários rituais de limpeza e é por isso que para os ciganos é fundamental a presença do seu calor ou das suas chamas em ritos ou em suas comemorações devido ao seu alto poder de purificar, contudo é ao mesmo tempo extremamente perigoso não sendo manuseados por pessoas que não tenham preparo ritualístico dentro do culto cigano. O ritual da fogueira cigana, onde as mulheres dançam a sua volta reverenciando e invocando seus ancestrais, pedindo esperança, confiança, vida longa, enfim que os maus espíritos não consigam se aproximar. Ao fazerem movimentos com suas danças, as mulheres movem o ar que abanam as chamas do fogo alimentando-as e mantendo-as bem acesas, renovando assim todos os bons pedidos. Este é um ato apesar de litúrgico principal dentro da cultura cigana, o ritual da fogueira, o fogo é sempre reverenciado em rituais desde o nascimento ao casamento, desde o batismo ao falecimento. O ar sem o qual as chamas não se mantém vivas é o fogo energético.

coisasdeciganas

A HISTÓRIA DA CIGANA ZAIDA

 A HISTÓRIA DA CIGANA ZAIDA


Pode ser uma imagem de 1 pessoaA história da cigana Zaida é um tanto trágica. Ela deu a vida para criar sua única filha, Zoraide, uma cigana bela, faceira mas muito interesseira. Zoraide gostava muito de dinheiro, e deixava-se ambicionar por isso. Um dia, em uma viagem por Casablanca, no Marrocos, um homem se aproximou de Zaida e Zoraide e começou a cortejar a menina. Desaforada como era, disse:

– Você nunca viu uma cigana?

O rapaz respondeu:

-Tão bonita quanto você, ainda não.

Ela não gostou do galanteio do árabe e retrucou:

-Eu não sou para os seus olhos.

Ressentido com a atitude da cigana, ele rogou:

– Você irá sofrer muito na vida, pois em seu coração só existe rancor. Por fora pode ser bela, mas por dentro, você é feia.

Zaida reprimiu a sua filha pela sua atitude, mas sabia que era em vão. Zoraide só fazia o que bem entendia e quase nunca dava ouvidos à sua mãe.

Um dia, a caravana de Zaida e Zoraide partiu para Rabat, uma cidade litorânea que tinha um grande mercado de variedades, especialmente tapetes e lãs. Lá, Zoraide se envolveu com Mustafá, um comerciante de tapetes que aparentava ter muito dinheiro e mudou-se para Fedala para viver com ele. Com o passar dos meses, o dinheiro de Mustafá começou a diminuir e ele já não conseguia dar tantos presentes para Zoraide como ela pedia. Então, ela o abandonou e voltou para Rabat, onde já começou a se envolver com outro comerciante. Zaida alertou sua filha que essa vida de interesses não daria em nada, mas ela desconversou.

Mais tarde, Zaida recebeu um sinal que dizia que algo de muito ruim iria acontecer à sua filha. Depressa ela saiu de casa correndo para ir ao mercado encontrar a filha, mas chegou tarde demais. Mustafá foi a Rabat e queria levar Zoraide de volta com ele, como ela se recusou, ele enfiou o punhal no coração da cigana e partiu. Zaida chegou a tempo de ver sua filha agonizar os últimos momentos no chão e chorou a morte de sua única filha. E disse:

– Sabia que esse era o seu fim.Não se brinca com os sentimentos dos outros.
Zaida então levou o corpo de sua filha para o acampamento da caravana e lá eles fizeram uma grande fogueira para queimar o corpo de Zoraide.

MAGIA PARA A CIGANA ZAIDA
Você vai precisar de:

1 porção de salada de frutas ( pera, uva verde, banana, melão, laranja e maçã)
Tempere a salada com açúcar cristal
16 velas azuis
16 rosas brancas
16 moedas atuais de qualquer valor

Como fazer:

Em uma noite de lua cheia, leve todo o material para uma praia. Com um pedaço de pau desenhe na areia uma estrela de 5 pontas e entre no meio da estrela. Em cada ponta da estrela, espete 3 rosas na areia, coloque 6 velas acesas e 3 moedas. Fique em pé no centro da estrela, em frente ao mar, e simbolicamente passe a salada de frutas pelo seu corpo. Coloque a salada de frutas ao lado da estrela. Agora, deixe seu corpo cair no centro da estrela. Depois, afaste-se um pouco, acenda a última vela, espete a última rosa e coloque a última moeda no centro da estrela. Fique de frente para o mar, ofereça à magia a cigana Zaida e peça a abertura dos seus caminhos.

wemystic

segunda-feira, 12 de julho de 2021

História da Cigana Maria Madalena!!

História da Cigana Maria Madalena!!


Pode ser arte de 1 pessoaA cigana Madalena era uma mulher muito alegre, terna e de muita força e fé na vida. Jamais deixava a tristeza abater quem quer que fosse, tinha sempre uma palavra de animo e consolo para seu grupo. Foi sempre um alento para as horas difíceis.

Quando seu grupo teve que sair de um país, ela foi a grande amiga, conselheira e todos vinham se aconselhar com ela. Ela era assim lembrada pelo seu povo: Como mãe, amiga e mulher.

Gostava de dançar, sentia imensamente cada emoção humana. Era bela, forte, sensível, terna. Quando precisava também sabia chamar a atenção, mas sempre de forma positiva.

Ninguém conseguia esquecer sua dança. Cigana linda; gosta de dançar e se soltar, encantando a todos, sempre disposta a ajudar com seus mágicos poderes de Buena-Dicha, resolvendo todos os problemas que Deus permiti que ela interfira e faz o melhor para a pessoa (nem sempre o que a pessoa quer).

É protetora das pessoas que tem problema em relação ao sexo e precisam mudar quanto a isto. Pessoas que são tímidas, que não conseguem se soltar, que tem medo do sexo, etc…

Ela é de origem Árabe, e viajou por todo o Oriente Médio e Índia, foi muito reprimida e tem grande amor e paciência para orientar os que dela precisam. Suas magias são de fundamentos Árabes e Indianos, são poderosas magias que faz quando esta na aura de seus protegidos. Quase todos destas linhas.

Madalena enxerga longe. É grande fazedora de vinhos e porções de amor, gosta muito de fazer magia com pão árabe com pasta de carne apimentada e pétalas de rosas. Faz sua reza onde deixa a sua força e faz os amantes comerem juntos, abrindo as energias de ambos para fazerem com muito amor um sexo gostoso e ardente. Nas festas ciganas o pão encantado de Madalena é disputado por todos, devidos aos seus poderes.

Esta cigana não tem preconceitos, e recorrem a ela pessoas com problemas que nem imaginamos.

linhadasaguas

A História da Cigana Rosa

 A História da Cigana Rosa


Pode ser uma ilustração de 1 pessoa e rosaDançando ela vinha sorridente,
trazendo uma rosa vermelha na mão,
seu olhar de feitiço me olha surpreendente,
Cigana linda que ilumina meu coração.

Tem na dança uma magia que encanta,
no olhar a luz do sol a brilhar,
Cigana Rosa com um jeito de criança,
Rosa Cigana que vem na Umbanda nos abençoar.

A linda de todas as lindas Ciganas tem o nome de Rosa. Tem esse
nome pois ela tem a beleza e o perfume dessa flor divina.

Ela trabalha na Umbanda na linha do Oriente trazendo ensinamentos,
paz, amor e caminhos abertos a quem lhe dedica uma oração com carinho
e fé.

Conta a lenda que Rosa era uma linda menina de pele morena,
sorriso largo e olhos brilhantes, que tinha nas mãos o poder de ver o
passado, presente e futuro das pessoas que buscavam os Ciganos para
esses fins.

Era dito que ela era muito meiga de voz aveludada, trazendo uma
condição de tranquilidade as pessoas que ficavam em sua volta. Tinha o
dom de espalhar a calmaria entre os que buscavam guerras, a saúde a
quem foi atacado pela peste, a alegria a quem era destinado a
tristeza. Essa era Rosa, a menina Cigana que admirava o brilho do Sol
e a luz de tom azulada e sensual da Lua.

Rosa era de um clã poderoso entre os povos Ciganos, tinha como
ponto alto o respeito que todos os povos tinham pelo monumental
trabalho de magias que eram somente ensinados e compartilhados dentro
de seu clã. e assim mesmo por poucos Ciganos, ou seja, todos que
tinham a benção de aprender as secretas magias daquele clã, eram
escolhidos minuciosamente pelos mais velhos, os donos dos segredos.

Ao chegar certa idade, o Cigano ou Cigana que era guardião ou
guardiã de certo segredo mágico, escolheria um substituto para ser
compartilhado o grande segredo único, e cada magia tinha seu protetor,
ninguém mais saberia, mesmo sendo guardião de outras magias secretas.

Mas essa regra foi quebrada com a Cigana Rosa. Jovem ainda, ela
demonstrava grandes dons em diversas formas de elevar muito mais
certos ensinamentos tradicionais sobre magias ciganas. E sendo assim
ela teve seu nome sugerido para ser a guardiã de sete dessas magias
secretas, ou seja, sete Ciganos desejavam que a linda Rosa fosse a
próxima guardiã de seus segredos mágicos.

Então ficou um impasse, qual seria e de qual Cigano seria ela a
guardiã.

Foi levado o fato ao Cigano Mor, o grande chefe do Clã, que
levaria o caso aos Ciganos conselheiros.

E assim foi feito. Após vários dias de debates, de perguntas e
respostas, de estudos aos dons de Rosa, decidiram por unanimidade que
ela tinha a perfeição e sabedoria de poder ficar como soberana
conhecedora dos sete segredos mágicos.

E como determinação do conselho Cigano e autorizado pelo Cigano
Mor, Rosa a partir desse dia seria a única Cigana a poder ter o
conhecimento das sete magias, que a foram reveladas um a um pelos
portadores de tais segredos.

Rosa usava todos esses segredos para a caridade dentro e fora dos
acampamentos Ciganos, tinha no seu coração a bondade e a seriedade de
demonstrar que o poder dos segredos eram para ser usado exclusivamente
para o bem, e é o que ela fez durante toda a sua vida terrena.

Rosa, com mais idade e maturidade, foi escolhida para ser a
guardiã das pequenas Ciganas, sendo responsável por ensinar,
demonstrar e cobrar as regras rígidas de seu clã.

Com essa responsabilidade com as Ciganinhas e com o conhecimento
de sete segredos mágicos ciganos, ela se tornou muito procurada e
idolatrada por todo povo de seu clã, e também por vários clãs de
várias regiões.

Mas ela não recebeu só a admiração e o respeito de todos. Recebia
ouro, joias, sedas, entre vários presentes vindos de todos os
Ciganos de todos os povos. E assim ela também conseguiu fazer nascer
sentimentos ruins por entre muitas Ciganas de outros clãs. Sentimentos
como o ódio, o rancor e principalmente a inveja.

Uma dessas Ciganas, uma jovem ambiciosa vinda de uma região
distante, que a pedido de seu pai ficara no clã onde nasceu a Cigana
Rosa, tinha muitos sentimentos desse tipo. E como Rosa era vista
dentro do clã como diferenciada nas questões sobre magias ciganas,
essa Cigana então planejou que tiraria Rosa do clã, faria ela ser
expulsa ou mesmo morta.

Ela tentou muitas coisas, e todas sem sucesso, e isso foi a
deixando cada vez mais rancorosa, com o ódio estampado nos olhos, a
inveja e a ambição de um dito poder, que ela imaginava que poderia ter
eliminando Rosa do convívio do clã cigano.

Com esses sentimentos ruins, foram abertas portas para espíritos
sem luz, e esses espíritos obsediavam a jovem Cigana dia após dia,
fazendo-lhe sofrer muito com a sua própria ambição e arrogância.

Ela tomada pela inveja e pela obsessão dos espíritos sem luz,
passou a observar cada passo, cada ação, cada gesto, cada palavra que
Rosa distribuía as Ciganas jovens e as Ciganas que estavam grávidas,
para que assim achasse algo que ela poderia utilizar contra a linda
Cigana dona dos poderes de magia.

Dentro dos clãs, as Ciganas grávidas ficavam separadas das outras,
não falavam com os homens, não era permitido a elas se socializarem,
enfim, tinham várias regras que deviam ser respeitadas, pois as Ciganas
quando grávidas eram consideradas "Marimé", ou seja, impuras, isso por
um período da gravidez até o batismo do recém nascido.

Como toda essa tradição era levada muito a sério, e com muita
cautela, as grávidas não deveriam dar a luz dentro das barracas do
acampamento, dentro dos transportes, tocar em coisas como utensílios e
roupas de outras pessoas, pois se caso acontecesse, tudo isso deveria
ser queimado, pois também era considerado impuro.

E essa foi a grande chance da perversa Cigana ambiciosa, pois a
esposa do Cigano Mor, estava grávida, e próximo de dar a luz.
Logicamente todos os cuidados estavam sendo tomados para que ela não
trouxesse a "impureza" para junto do clã, e a responsável para que
isso não acontecesse era a Cigana Rosa, que como sempre fazia com
todas as Ciganas em estado de gravidez.

O tempo passou e chegou o tão esperado dia do nascimento do
filho do Cigano Mor. E conforme a tradição, a Cigana grávida não
deveria ser vista por nenhum homem, nenhuma Cigana jovem ou as
crianças ciganas.

Rosa sabendo desses fatos e tradições, levou a grávida até uma
pequena cabana, para que ali ela pudesse dar a luz, e ao final do
acontecimento, a cabana e tudo mais utilizado para o nascimento do
novo membro do clã seriam queimados.

A criança nasceu sem maiores problemas, um menino forte e
saudável, que deixou a mãe e Rosa com lágrimas nos olhos pela emoção
do primeiro choro do ciganinho.

No clã de Rosa havia também uma tradição de logo após o
nascimento, e após saber o sexo da criança, deveria então fazer um
banho de ervas colhidas após o parto e antes da sétima hora de vida do
recém nascido. Essas ervas variavam de acordo com os detalhes do parto,
como o tempo demorado do nascimento, o tamanho do cordão umbilical,
entre outras coisas, que somente as responsáveis pela hora do parto
poderiam estabelecer, e designar cada tipo de erva sagrada.

E assim foi feito por Rosa, saindo logo após ao parto para ir em
busca das ervas, sendo obrigada a deixar a cigana que acabara de dar a
luz sozinha, pois até aquele momento era vista como impura aos olhos
do povo cigano.

A jovem mãe, por estar um tanto cansada adormece logo após a saída
de Rosa. E essa foi a chance da ambiciosa Cigana que aguardava o
momento de se vingar da senhora dos poderes mágicos dos Ciganos.

Com ajuda de um gadjo, no qual ela prometera algumas peças e
moedas de ouro, doparam e levaram a Cigana e seu filho para o centro
do acampamento, se aproveitando da ausência dos Ciganos, e lá a
deixaram com seu filho ao lado.

Ao chegarem de suas tarefas, Ciganos e Ciganas se desesperaram ao
ver a criança recém nascida e sua mãe, ditos impuros, podendo trazer
mau agouro, espíritos do mal, doenças e miséria, conforme era a lenda
entre os Ciganos.

O Cigano Mor, era o único que poderia tocar nela, por ser seu
esposo, e foi ele que a levou de volta a barraca na qual ela teria
dado a luz. Mas deveria voltar rapidamente para decidirem o que fazer
em relação aos maus espíritos, que pela tradição, estariam espalhados
por todo acampamento.

Após se reunirem, os Ciganos mais velhos decidiram que a criança e
sua mãe deveriam ser impostas a condição de impuros por sete anos, e
que nesse período deverias ser estabelecidos locais diferenciados para
que ambos vivessem, ou deixar para sempre o acampamento. Foi
estabelecido também que todos os Ciganos jamais voltassem a acampar
naquele lugar, que se tornou impuro. E que a Cigana Rosa, que era
responsável pelo parto, deveria, ou ser expulsa do clã (na visão de
alguns dos Ciganos), ou ser simplesmente morta (aos olhos de outros).
Foi dito ainda que todos os utensílios utilizados no parto, incluindo
a barraca e tudo que nela continha, deveriam ser queimados
imediatamente, para que não fosse espalhado o mau agouro das impurezas
da pobre Cigana, que agora era uma recém mãe, e vista como um problema
espiritual a ser combatido a todo custo.

A Cigana ambiciosa, se aproveitando de toda essas regras do mundo
nômade, caminhou até a barraca onde estaria havendo a reunião do
conselho Cigano, e lá adentrou sem pedir autorização. Aos berros,
demonstrando estar obsediada por um espírito negro, disse que era o
espírito da impureza, e que perseguiria aquele clã até o último
Cigano. E só partiria se fosse sacrificados os responsáveis por lhe
chamarem das profundezas.

Ao ouvirem as palavras vindas da Cigana ambiciosa, o conselho
Cigano então se decide em entregar a alma de Rosa para o sacrifício,
perguntando ao falso espírito como desejaria que fosse essa entrega.

Então foi dito:

"Hoje ao meio da noite, uma fogueira deverá ser acesa ao centro desse
acampamento. Nessa fogueira deverá estar a mulher Cigana que me trouxe
da escuridão. Ela deverá ser queimada viva."

Com gestos teatrais, a Cigana Ambiciosa simula um desmaio, que
deixa todos em sua volta atônitos, e decididos a fazer o que foi
mandado pelo falso espírito.

A noite chega, a fogueira e montada, Rosa é trazida para o centro
do acampamento. Ela é amarrada em um tronco no centro onde será acesa
a fogueira. Seus olhos lacrimejam, mas ela não se desespera, apenas
aguarda a decisão do conselho de acender as chamas. Ao longe a Cigana
ambiciosa observa tudo.

As chamas deverão ser acesas pelo Chefe dos Ciganos, que se
aproxima com uma tocha nas mãos.

No instante em que as chamas começam a ser acesas, o céu que antes
estava estrelado e com o brilho da Lua cheia, fica completamente
negro. Nuvens escuras se formam rapidamente sobre o acampamento, e nas
primeiras chamas incandescentes que brotam ao redor da Cigana Rosa, o
céu desmorona em uma tempestade imensa destruindo até a última brasa
acesa.

O Chefe Cigano virando-se para o conselho, diz que é um aviso dos
deuses, que não é para seguir com o sacrifício da Cigana. E nesse
momento ordenou que a soltassem das amarras.

Ao ver Rosa solta, a Cigana ambiciosa corre em sua direção com um
punhal na mão, para atacá-la. Ficando de frente a frente com Rosa, a
Cigana a olha com ódio nos olhos, dizendo-lhe que ela poderia ter
escapado da fogueira, mas não escaparia da morte, e que ela teria o
prazer de lhe matar na frente de todos.

Dizendo isso, a Cigana ambiciosa ergueu o punhal em forma de
ataque, olhou profundamente nos olhos de Rosa, que estava serena, sem
demonstrar nenhuma reação, a não ser segurar fortemente uma medalha
com a imagem de Santa Sara Kali que ela trazia nas mãos.

A Cigana que empunhava o punhal de aço, fez menção de atacar a
Cigana Rosa, mas nesse ataque uma força invisível levou sua mão
juntamente com o punhal ao próprio coração, lhe deferindo um golpe
certeiro, fazendo assim que ela mesmo tirasse a própria vida.

Rosa apenas olhava. O corpo da Cigana ambiciosa foi caindo com o
punhal cravado em seu coração. Todo povo Cigano em volta de toda a
cena, ficaram atônitos com tudo, observando o corpo inerte da Cigana
que desejava estar no lugar que não era de seu merecimento, que
desejava ser a Cigana que ela jamais seria.

Rosa voltou a ser a Cigana dona dos sete segredos ciganos. Ficou
em seu clã até seu desencarne muitos e muitos anos depois. Depois
desse acontecimento, os Ciganos desse clã entenderam que algumas
tradições ciganas deveriam virar apenas lendas, pois o maior perigo
dentro de um povo não é o medo daquilo que não se conhece, e sim a
precaução daquilo que sabemos que existe, como inveja, ambição e ódio.

Rosa após esse fato se tornou muito mais respeitada do que já era.
E dentre muitos povos Ciganos, ela foi a única mulher a entrar em um
conselho, e todos os homens respeitavam o que era dito por ela.

Hoje ela é uma Entidade bela trabalhadora da Umbanda. Sendo
respeitada pelas suas lições de caridade, coragem e fé.

Salve a Cigana Rosa!

Optchá Povo Cigano!

ciganoseciganas