terça-feira, 24 de setembro de 2019

O Homem e a Mulher Ciganos





A tradição é algo inerente ao povo cigano. Como já sabemos, as crenças, roupas, músicas e costumes fazem parte de uma constante na rotina desse povo, principalmente quando se trata do papel do homem e da mulher. Com as tarefas e obrigações bem divididas, homem e mulher têm o seu papel na construção e manutenção da ordem desse grupo, que tem uma forma particular de sustentação.



A Mulher:



Desde pequenas, as ciganas são educadas para aprenderem atividades domésticas e se tornarem excelentes donas-de-casa e mães zelosas. Fica a cargo da mulher a educação dos filhos e a conservação da casa. Paralelo a isso, as mulheres devem passar adiante as tradições que herdaram de suas antepassadas, como a arte de ler mãos e cartas. Prever o futuro e a sorte de outras pessoas é o trabalho das mulheres que, geralmente, atendem nas ruas da cidade. 

Apesar de a atividade ser comum hoje em dia, as mulheres só foram trabalhar depois de séculos de relutância de seus pais, filhos e maridos. Como fazem parte de uma sociedade essencialmente machista, a permissão para que as mulheres trabalhassem partiu exclusivamente de dificuldades financeiras das comunidades que, com a globalização e os avanços significativos do capitalismo, empobreceu, como afirma o presidente da ONG Embaixada Cigana no Brasil, Nicolas Ramanush: “Com o aumento das desigualdades sociais, aconteceu com as ciganas a mesma coisa que ocorreu com as mulheres de todo o mundo: tiveram que ir às ruas para trabalhar e ajudar a complementar a renda da casa. 

A sociedade também caminha, embora em um ritmo mais lento, para a quebra de tabus e preconceitos antigos para com o sexo feminino”. Embora os estudiosos observem que a situação das mulheres esteja melhorando, a realidade dos acampamentos ciganos de São Paulo ainda é outra: a maioria das mulheres adultas não são alfabetizadas e mais da metade das garotas ciganas não frequentam a escola em prol dos afazeres domésticos. Além disso, elas continuam se casando cedo e com homens que, por muitas vezes, não são escolhidos por elas, mas sim pela família e tem uma forma particular de sustentação.





O Homem:


Em uma sociedade essencialmente machista, o homem é dono do papel forte e decisivo. Além de serem os responsáveis pelo sustento da família, eles têm forte importância em relação ao cotidiano e rotina de seus filhos e mulher. Cabe ao homem trabalhar e arcar com as despesas da casa. A maioria deles é tradicionalmente comerciante, pois por ser um povo nômade, a profissão se encaixa independente do local onde eles estejam vivendo. “O homem é o pólo forte de nossa cultura. É o porto-seguro de sua mãe, esposa e filhos”, explica mais uma vez Nicolas Ramanush.

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