A tradição Cigana vem de um povo que nos ensinam, a força interior, que carregam dentro de si, são luz, inspiração, energia e amor. Aprendem desde cedo os dons mágicos das palavras e do respeito.
São místico, alegre, integro e fiel a sua tradição. Embora encontramos diferenças de clã para clã ( de família para família ) quando encontram com outros clãs percebem que são todos iguais na essência e na alegria.
São eternos estrangeiros, por onde passam desenvolvem a sua religiosidade, a ética e deixam o precioso amor a liberdade e a natureza, seus conhecimentos e a arte de viver.
Não se sabe ao certo a origem deste povo tão misterioso e místico, conhecido por vários nomes, entre eles: Gypsies, Gitanos, Zíngaros, Rom e Sintos. Mas são também denominados o “Povo das Estrelas”. Um dos fatores que mais dificulta a identificação de sua origem é o fato de o Idioma Romani ser uma linguagem somente oral e não escrita. E isso permanece até nos dias atuais. No entanto devido à ser parecido com o Sânscrito – um dos mais antigos idiomas do mundo.
Acredita-se que sua origem provém da Índia, pois esse era o idioma escrito falado neste país há mais ou menos 3.000 anos a.C.; data esta que coincide com os registros mais antigos já encontrados sobre este povo. Constam nos registros que apareceram há mais de 3.000 anos, ao Norte da Índia, na região de Gujaratna localizada margem direita do Rio Send e de onde foram expulsos por invasores árabes. Desde então partiram em busca de uma nova pátria espalhando-se pelo mundo. Além deste fator, há outros pontos em comum entre os ciganos e os hindus que são levados em conta.
A aparência física, pele morena e a maneira de vestir-se com roupas coloridas.
A forte religiosidade presente entre ambos os povos que partilham crenças similares como, por exemplo, a existência de um Deus Uno e Absoluto, a existência da vida após a morte, a reencarnação, além de uma postura rígida diante das normas de comportamento que devem ser devidamente observadas.
São características que levam os estudiosos a acreditarem que o berço do povo cigano está realmente na índia. Entretanto isso não prova absolutamente nada, pois os povos absorvem as culturas e costumes dos lugares onde vivem e isso não quer dizer que são nativos desta região. No momento, o que nos interessa é absorver um pouco da rica cultura deste povo, que apesar de desconhecer sua própria origem, não desconhece a sabedoria de seus ancestrais, pois esta sobreviveu a guerras, expulsões, separações e até mesmo ao tempo.
Esta sabedoria foi passada de boca a boca de pais para filhos, mas, absorvidas não somente com a mente por cada um deles, mas também com o coração que fez com que fizessem respeitar, seguir e amar as suas tradições.
E, é por isso que um cigano é reconhecido em qualquer parte do mundo. Talvez o fato de não ter uma origem conhecida os torna cidadãos do mundo!
Nascimento:
Os ciganos gostam de crianças, mas a preferência é dos meninos que dão o orgulho ao pai de dar continuidade ao nome da família. Assim que a criança nasce, a avó ou a pessoa mais idosa da família prepara um pão, parecido a uma hóstia e um vinho para oferecer ás três fadas do destino, que visitarão a criança no terceiro dia, para designar sua sorte.
Esse pão e vinho serão repartidos no dia seguinte com todas as pessoas presentes, principalmente com as crianças. O bebê recebe um patuá assinalado com uma cruz bordada ou desenhada contendo incenso, que serve para afugentar maus espíritos. O batismo pode ser feito por qualquer pessoa do grupo e consiste em dar o nome e benzer a criança com água, sal e um galho verde.
Casamento:
Geralmente os casamentos resultam de acordos feitos entre os pais dos noivos que decidem unir suas famílias e prometem seus filhos desde pequenos. As meninas são vendidas aos pais dos meninos que compram uma esposa para o filho e costumam pagar em moedas de ouro o valor estipulado pelo pai da noiva.
Quando os filhos atingem a maturidade celebra-se então a cerimônia de casamento.
Os noivos que não podem ter nenhum tipo de intimidade antes do casamento.
Permanecem separados os três primeiros dias e duas primeiras noites. Caso a noiva não seja virgem, ela pode ser devolvida para os pais e esses terão que pagar uma indenização para os pais do noivo. Se a noiva for virgem, na manhã seguinte da consumação do casamento ela se veste com uma roupa tradicional colorida e um lenço na cabeça, simbolizando que é uma mulher casada.
O casamento representa a continuidade da raça, por isso não é permitido em hipótese alguma casar com uma pessoa que não seja cigana. Quando isso acontece o cigano é excluído do grupo.
Morte:
Os ciganos acreditam na vida após a morte e seguem todos os rituais para aliviar a dor de seus antepassados que partiram. Costumam colocar no caixão da pessoa morta uma moeda para que ela possa pagar o canoeiro a travessia do grande rio que separa a vida da morte. Acreditam também que a pessoa continua rodeando e amparando os que deixaram no mundo dos vivos.
E se uma pessoa morrer com ódio no coração vagará sem destino pelo universo.
Segundo as tradições desse povo, a mesma impureza que a criança traz ao nascer e desaparece no batismo, é encontrada na pessoa que morre. Por isso, todos os pertences do morto devem ir junto com ele. Algumas tribos costumam queimar os pertences do falecido.
O luto pela perda de um ser querido dura em geral muito tempo. A Pomána é um banquete fúnebre celebrado a cada trinta dias da morte de uma pessoa até completar um ano. Na cerimônia oferecem água, flores, frutas e suas comidas e bebidas prediletas em abundância com a intenção de exprimir o desejo de paz e felicidade para o defunto.
Acreditam que a alma da pessoa participa da cerimônia e gradativamente vai se libertando das coisas mundanas. Os ciganos costumam fazer oferendas aos seus antepassados também nos túmulos.
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