No deserto pedregoso de Marrocos, os ciganos capturam, encantam e fazem adorações com serpentes. Eles não sentem medo. Já faziam isso na Índia e fazem até hoje. Toda a população marroquina respeita esses encantadores de víboras. E com isso eles ganham moedas e sobrevivem. Há séculos, os ciganos são caçadores de serpente e sabem como a fazer sair dos cestos. Tudo começou em sua terra, no Sind e Punjab. Mas, os de Marrocos ficam nas praças e os turistas se encantam, e eles chegam de todo o mundo.
Em Rabat (Marrocos), há videntes, jogadores de pedra para adivinhação e tocadores de tambores. Os ciganos com suas cobras dançando sobre o lenço do gitano.
Mulheres Marroquinas dançam a dança do ventre e os encantadores de cobras ficam a afagar algumas najas. Como as cobras ficam calmas e se deixam ser até acariciadas?
Um velho cigano certa vez disse que seu povo conseguiu usar a magia de suas mãos e de seus olhos. É assim que eles aprendem desde cedo. A imposição das mãos requer que as mãos estejam limpas, pois sem água elas morderiam. Eles tocam nas najas com cuidado e com carinho, desde que elas sejam pequenas.
O treino dura meses, e é necessário que o gitano sinta uma sensação particular na ponta dos dedos. Eles sentem isso, e dizem: “Calibre o grau da suavidade de suas mãos. Habitue-se a ficar perto das cobras. Elas são centrais de energia psíquica. Toque sua flauta sempre, ela reconhecerá o som, e a hora de imposição das mãos é o meio-dia. Você deve ser cordial com elas, olhar profundamente para seus olhos sempre. Dar passes nas cobras. Ela sentirá a energia de seu dono”.
Só ciganos são bons adestradores, eles tem esse dom natural e quando a noite chega, esses rons (ciganos) vão à feira. E lá reúnem mulheres, jovens, chuvanis, homens, e começam a preparar o ritual “a magia, une as forças psíquicas para promover a força”. No meio eles colocam uma panela de fogo. E os ciganos fazem um círculo e elevam as mãos. As cobras começam a sair dos cestos, ao som das flautas. Neste momento, os ciganos formaram o cone do poder. O alvo do cone são as serpentes. Todos olham para elas e elas se movem como se dançassem. É uma celebração de vida. Eles abençoam as cobras, início da vida e espíritos da terra, agradecem sua presença e ganham o pão com elas.
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